Ucrânia retoma cidade de Kherson após retirada russa; VÍDEO mostra festa nas ruas da cidade
Tropas ucranianas retomaram, nesta sexta-feira (11), a cidade de Kherson e reivindicaram uma "importante vitória" contra a Rússia, que mais cedo anunciou ter retirado 30 mil homens da região. Era a única capital regional que Moscou havia ocupado em quase nove meses de invasão.
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"Kherson retorna ao controle da Ucrânia, unidades das forças armadas ucranianas entraram na cidade", anunciou o Ministério da Defesa ucraniano no Facebook, pedindo que os militares russos que permanecem no local "se rendam imediatamente".
Para Kiev, essa retomada é uma "vitória importante" e mostra que "não importa o que a Rússia faça, a Ucrânia vencerá" a guerra, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.
O Ministério da Defesa da Rússia disse mais cedo, nesta sexta, que concluiu a retirada das tropas da margem ocidental do rio Dnipro, na região de Kherson.
Em seu briefing diário citado por agências de notícias, o ministério afirmou que todas as forças e equipamentos russos foram transferidos para a margem esquerda, ou leste, do rio Dnipro. A retirada teria sido finalizada às 23h de Brasília (5h de Moscou).
A Rússia ordenou a retirada na quarta-feira (9) depois de dizer que as tentativas de manter sua posição e fornecer tropas eram "fúteis" diante de uma crescente contra-ofensiva ucraniana.
1 de 4 Soldado ucraniano caminha na frente de prédio destruído na região de Kherson — Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERSSoldado ucraniano caminha na frente de prédio destruído na região de Kherson — Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
O ministério também disse na sexta-feira que não havia uma única peça de equipamento militar ou soldado deixado no lado oeste do rio, que inclui a capital regional Kherson, e que não havia sofrido nenhuma perda de pessoal ou equipamento durante a retirada.
Kherson é a principal cidade da região de mesmo nome – uma das quatro regiões ucranianas que o presidente Vladimir Putin proclamou em setembro estar incorporando à Rússia "para sempre", e que o Kremlin disse que agora responde a Moscou.
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2 de 4 Ucranianos atacam os russos perto de Kherson, em 9 de novembro de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/Reuters
Ucranianos atacam os russos perto de Kherson, em 9 de novembro de 2022 — Foto: Viacheslav Ratynskyi/Reuters
A retirada inclui a cidade de Kherson, a única capital regional tomada pela Rússia desde o início de sua ofensiva na Ucrânia no final de fevereiro.
Moscou pretende consolidar suas posições estabelecendo uma linha de defesa atrás do rio Dnipro, um obstáculo natural.
O general Oleksiy Hromov, representante do Estado-Maior ucraniano, afirmou que o governo russo não iria confirmar e nem desmentir a informação sobre a retirada das tropas russas, mas ele afirmou que, de costas para o Dnipro, os russos não tiveram escolha a não ser fugir.
Desde setembro, as tropas russas enfrentam uma grande contraofensiva de Kiev na região.
3 de 4 Mapa mostra a região de Kherson, no sul da Ucrânia — Foto: g1
Mapa mostra a região de Kherson, no sul da Ucrânia — Foto: g1
Kherson tem importância estratégica por fazer fronteira com a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e era até agora o maior troféu de campanha dos russos na ofensiva iniciada em 24 de fevereiro.
Em Mykolaiv, uma grande cidade do sul da Ucrânia, localizada cerca de 100 quilômetros a noroeste de Kherson, os habitantes também expressam cautela.
Se a Rússia perder Kherson, a Ucrânia recupera um importante ponto de acesso ao Mar de Azov, e Vladimir Putin perde uma de suas maiores vitórias desde o início da ofensiva.
A retirada também expõe o restante das tropas russas na região de Kherson e levanta questões sobre a capacidade de Moscou de controlar o território, que é uma das quatro áreas ucranianas que a Rússia anunciou ter anexado em setembro.
4 de 4 Mesa de negociações com as delegações da Ucrânia (esq.) e da Rússia (dir.) em 7 de março de 2022 — Foto: Cortesia/Governo de Belarus
Mesa de negociações com as delegações da Ucrânia (esq.) e da Rússia (dir.) em 7 de março de 2022 — Foto: Cortesia/Governo de Belarus
Na região de Donbass, no leste da Ucrânia, a Rússia tenta há várias semanas conquistar Bakhmut, cidade que tinha 70 mil habitantes antes da invasão.
Na província vizinha de Luhansk, no entanto, as tropas de Kiev avançaram "até 2 quilômetros no último dia", disse o general Hromov, representante do Estado-Maior ucraniano.
A perda de Kherson é a terceira grande retirada de tropas russas desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Logo após o início da guerra, a Rússia falhou em sua tentativa de tomar a capital, Kiev, e, em setembro, teve que abandonar quase toda a região de Kharkiv (nordeste).
A retirada é vista como um grave revés para o presidente russo, Vladimir Putin, que proclamou no final de setembro, durante uma cerimônia com grande pompa no Kremlin, a anexação de quatro regiões ucranianas, incluindo Kherson (sul).
Putin prometeu defender "por todos os meios" o que agora considera territórios russos, ameaçando nas entrelinhas recorrer a armas nucleares.
Os êxitos de Kiev revivem as especulações sobre a retomada das negociações de paz. Alguns meios de comunicação até afirmam que o Ocidente está pressionando a Ucrânia para aceitá-los e que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky retiraria das suas exigências a queda de Vladimir Putin, seu homônimo russo, do poder.
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