Mantega diz que não será ministro e que escolhido terá que 'se enquadrar' na gestão de Lula
O ex-ministro Guido Mantega afirmou nesta sexta-feira (11) em entrevista à💥️ GloboNews que não será ministro do próximo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Mantega foi ministro da Fazenda e do Planejamento nos governos anteriores de Lula, além de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesta quinta, o economista foi anunciado como integrante do grupo de trabalho da transição na área de planejamento, orçamento e gestão.
"O grupo de transição é para ajudar o novo governo a conhecer a estrutura, modificar a estrutura do governo anterior e poder governar. Não tem nada a ver uma coisa com outra, as pessoas que estão lá não serão grupo ministerial", disse.
Em outro ponto da entrevista à 💥️GloboNews, Mantega minimizou a pressa do mercado pela definição dos ministros da área econômica. Segundo ele, "o mais importante não é definir o ministro, mas é definir a política econômica."
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Questionado se a política econômica do novo governo vai seguir a visão do novo ministro da Fazenda, Mantega afirmou que no governo Lula não será assim. "O ministro da Economia tem que se enquadrar na política que é definida pelo governo e pelo Lula."
Mantega foi, então, questionado sobre o papel da frente ampla diante dessas declarações. O ex-ministro contemporizou: disse que os aliados darão opinião e que haverá, sim, política econômica da "coalização".
"Eu falei do governo. É uma política econômica do governo. Nesse caso, é um governo de coalização, tem que refletir as opiniões dos outros participantes", disse. "Mas a espinha dorsal dele tá mais ou menos definida", completou.
Guido Mantega aproveitou para alfinetar o atual governo e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que recebeu a alcunha de "posto Ipiranga" por definir a política econômica do governo. "No governo Bolsonaro pode ser, porque o Bolsonaro disse que não entendia nada de economia."
Segundo Mantega, o Lula "sempre entendeu de economia". "Eu sou assessor dele desde 1993, nós discutíamos a economia, fazíamos seminário. Então o Lula entende de economia. Tem essa diferença."
O ex-ministro disse ainda que o que tem que ser cobrado não é o nome do novo ministro da Economia ou Fazenda, mas sim os "detalhes" de como será a política econômica. "O governo Lula sempre trabalhou de forma transparente, deixando claro quais são as regras que ele vai seguir, quais são os objetivos e tudo mais."
Mantega afirmou também que o mercado pode ficar "tranquilo", porque os governos Lula foram responsáveis fiscalmente. "O presidente, ele é a favor do equilíbrio fiscal, ele sabe que se você acumular uma dívida enorme, o país quebra."
Mantega confirmou na entrevista à 💥️GloboNews que entrou em contato com autoridades econômicas de países das Américas para pedir o adiamento da eleição do novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo Mantega, a intenção foi contestar a indicação, pelo governo Jair Bolsonaro, do economista e ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn para a presidência da instituição.
"Nós sabemos que o BID vem de uma crise forte justamente porque o seu presidente foi nomeado pelo presidente Trump e não tinha a representatividade adequada entre os países membros do BID, que são a América Latina e a América Central."
"Por sinal, o presidente Bolsonaro apoiou esse presidente [Mauricio] Carone, que está sendo mandado embora de lá porque cometeu várias irregularidades e não representava bem a América Latina, que é o principal participante do BID", disse Mantega.
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