Parentes dizem que bebê de mãe autista nascido no Hospital de Bonsucesso foi entregue a abrigo sem autorização
A bebê Anna Beatriz Neves Machado, que nasceu no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) — Foto: Foto: Arquivo Pessoal
Familiares de uma mulher de 28 anos, que tem autismo, denunciam que o bebê que ela havia dado à luz há cerca de um mês, no 💥️Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi entregue para um abrigo sem o conhecimento dos parentes, nesta sexta-feira (11), e desapareceu. Agora, os parentes lutam para encontrar a menina.
Em nota, a direção do HFB informou que o bebê foi levado pelo Conselho Tutelar, após ser comunicado ao acompanhante, que se apresentou como companheiro da paciente e pai da criança.
Tudo começou por conta de uma suposta identidade vencida. De acordo com a família da mãe, a criança não havia sido registrada ainda porque a direção da unidade de saúde não teria dado o DnV (Declaração de Nascido Vivo). O hospital teria dito que o documento de identidade de💥️ Karolaine Nascimento Neves "estaria velha e vencida" e que ela teria que solicitar outra. O que foi feito.
A vendedora 💥️Vanessa do Nascimento Neves, irmã e tutora de Karolaine, conta como a direção do hospital agiu e como descobriram que a neném havia sumido do HFB.
"Eles (do hospital) pegaram e levaram a criança para um abrigo. Não comunicaram família e nem a mim. Eles tinham o meu telefone e não me avisaram nada. Eles esperaram a acompanhante, que estava com ela nesse período, ir embora e fizeram isso sem comunicar ninguém. A minha irmã não estava lá sozinha. Ela tinha uma pessoa que acompanhava ela. Inclusive, o esposo dela dormia a noite. Eles deram alta para ela, sem me avisar, pegaram a criança e levaram para o abrigo. Não me falaram nada. Não sei onde a criança está", conta Vanessa desesperada.
2 de 2 Carolaine Nascimento Neves deu à luz a Anna Beatriz Neves Machado no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) — Foto: Arquivo PessoalCarolaine Nascimento Neves deu à luz a Anna Beatriz Neves Machado no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) — Foto: Arquivo Pessoal
Em imagens de família, é possível ver Karolaine cuidando da menina, que deverá receber o nome de 💥️Anna Beatriz Neves Machado, em um leito do HFB.
Ao saberem do sumiço da bebê, a família disse que foi até a 21ª DP (Bonsucesso) registrar um boletim de ocorrência contra o HFB. Entretanto, os parentes contam que teriam sido impedidos de fazerem o registro.
"Fui lá na 21ª DP e o delegado não quis registrar o boletim de ocorrência. Ele disse que era para a gente ir procurar nos abrigos da cidade e pegar a criança de volta. Ele falou também que se a gente não encontrasse era pra gente ir na Defensoria Pública. A gente não sabe onde o bebê está. Como vamos sair procurando pelos abrigos?", disse Vanessa.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil disse que “o fato não foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso), tendo em vista que os policiais constataram que há uma decisão judicial acerca do destino da menor”.
A vendedora conta que até agora a direção do Hospital Federal de Bonsucesso não informou o que aconteceu.
Em nota, a direção do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) informou que é obrigatória a comunicação à Vara da Infância sobre internação de toda mãe com quadro de vulnerabilidade psico-social (moradora de rua, deficiência intelectual ou usuária de entorpecentes) ou que não tenha autonomia para cuidado do menor.
O órgão disse que em relação ao caso em questão, "as equipes do Serviço Social e da Psicologia da Maternidade do HFB seguiram todo o protocolo padrão legal, encaminhando o relatório do caso com entrevistas de três pessoas da rede de apoio social da paciente à II Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital. Na última sexta-feira, dia 11 de novembro, a Maternidade do HFB recebeu determinação judicial para acolhimento institucional do bebê até que o Conselho Tutelar de Ramos emita relatório. O bebê foi levado pelo Conselho Tutelar, após ser comunicado ao acompanhante, que se apresentou como companheiro da paciente e pai do bebê".
"É importante ressaltar que para realizar a Declaração de Nascido Vivo (DNV) é necessária a apresentação de documento de identificação da mãe e a paciente apresentou um documento com data de validade expirada, que para fins legais não é válido. E por isso, foi necessário aguardar a confecção de novo documento legal da mãe e assim foi realizada a DNV. Cabe informar ainda que a paciente deu entrada no HFB, no dia 10 de outubro, após parto domiciliar, acompanhada pelo companheiro".
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