China apresenta medidas para apoiar a recuperação do setor imobiliário
Fachada do China Evergrande Center em Hong Kong. — Foto: REUTERS/Tyrone Siu/File Photo/File Photo
O governo da China apresentou um amplo pacote de medidas para ajudar o setor imobiliário, uma tentativa de compensar os efeitos das duras restrições e controles de saúde sobre o setor, o que afetaram a segunda maior economia do mundo.
A agência que regulamenta o setor bancário e o Banco Central da China apresentaram na sexta-feira um conjunto de diretrizes internas, de 16 pontos, para promover "o desenvolvimento estável e saudável" da indústria, que foram reveladas nesta segunda-feira pela imprensa local.
As medidas incluem apoio de crédito para construtoras endividadas, apoio financeiro para garantir a conclusão e entrega dos projetos aos compradores e assistência para administrar as dívidas dos compradores.
No mesmo dia, a Comissão Nacional de Saúde divulgou 20 regras para "otimizar" a política chinesa 'covid zero', flexibilizando algumas restrições para limitar o impacto social e econômico da política.
"Vemos isto como a mudança mais crucial desde que Pequim dificultou significativamente o financiamento imobiliário", afirmou Ting Lu, economista-chefe para a China do banco Nomura.
"Acreditamos que estas medidas demonstram que Pequim está disposta a reverter a maioria de suas medidas de endurecimento financeiro", acrescentou.
Pequim adotou em 2023 duras restrições ao crédito para as empresas do setor imobiliário, o que agravou os problemas de liquidez e levou diversos grupos a deixar de pagar seus títulos.
O impacto para o setor imobiliário foi grave. Empresas como a Evergrande, a maior do setor na China, não conseguiram concluir projetos, o que provocou grandes protestos de compradores que deixaram de pagar suas hipotecas.
As novas medidas enfatizam a necessidade de "manter a entrega dos imóveis" e ordenam aos bancos a concessão de "empréstimos especiais" com este objetivo, segundo uma cópia das diretrizes divulgada na internet.
O documento pede às instituições financeiras que tratem de maneira equitativa as empresas imobiliárias estatais e privadas. Também faz um apelo por "cooperação ativa com as empresas empresas imobiliárias na gestão de riscos".
As medidas também incluem "prolongar os períodos de pagamento (...) dos empréstimos imobiliários" para empresas em dificuldades, além de apoio para que "empresas imobiliárias de alta qualidade emitam financiamentos em títulos".
"O plano inclui medidas de estabilidade financeira para evitar inadimplência em larga escala e, assim, proporcionar um 'pouso suave'", afirmaram os analistas do banco ANZ em um comunicado.
Mas analistas alertaram que tais mudanças, ao lado de uma pequena flexibilização das medidas de 'covid zero', não proporcionarão uma recuperação imediata para o conturbado setor imobiliário.
Os preços das novas residências estão em queda há mais de um ano, enquanto a demanda tenta estabelecer uma recuperação devido ao impacto dos controles rígidos da pandemia sobre a confiança dos consumidores.
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