Dia Nacional da Umbanda: fiéis falam do amor pela religião

Ritual de Fecha Corpo realizado pela Tenda de Umbanda Sete Linhas de Aruanda — Foto: Taíne Correa 1 de 5 Ritual de Fecha Corpo realizado pela Tenda de Umbanda Sete Linhas de Aruanda — Foto: Taíne Correa

Ritual de Fecha Corpo realizado pela Tenda de Umbanda Sete Linhas de Aruanda — Foto: Taíne Correa

A Umbanda completa 114 anos nesta terça-feira (15). Fundada em 1908, a religião foi reconhecida como afro-brasileira e encanta aqueles que cultuam as entidades. O Dia Nacional da Umbanda é comemorado na mesma data de fundação.

A Umbanda é baseada no culto dos orixás, caboclos, pretos-velhos, erês, exu, pomba-gira, baianos e boiadeiros e tem três conceitos principais: caridade, luz e amor. O significado de umbanda é 💥️“arte de curar” e resume a missão dos religiosos: ajudar pessoas através da ancestralidade e do amor.

Festa de Iemanjá no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK 2 de 5 Festa de Iemanjá no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

Festa de Iemanjá no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

"A minha vida mudou muito positivamente, eu ganhei paz. A Umbanda virou meu refúgio. É um lugar onde eu me desligo, só vivo aquilo ali e aquele axé”, conta Isis Sant’Anna, que faz parte da religião há pouco mais de um ano.

De acordo com o IBGE, na última pesquisa mais de 400 mil pessoas se declaravam umbandistas no Brasil, no ano de 2010. Muitas histórias são parecidas, as pessoas procuram acolhimento e ajuda para os seus problemas dentro da religião.

“É muito bonito de se ver que a pessoa vem com as dificuldades dela, os problemas, e você ajuda a encontrar um caminho, dá uma luz aquela pessoa. É muito gratificante, ainda mais quando tudo se resolve”, relata um pai de santo, conhecido como Raimundo de Obaluaê.

Altar em homenagem ao orixá Obaluaê — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK 3 de 5 Altar em homenagem ao orixá Obaluaê — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

Altar em homenagem ao orixá Obaluaê — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

Isis conta que sempre frequentou festas e eventos dos terreiros, mas não fazia parte de nenhum. Ela resolveu se tornar membra em um momento que precisava de ajuda.

Quadro em homenagem a Iemanjá e Xangô — Foto: Arquivo pessoal 4 de 5 Quadro em homenagem a Iemanjá e Xangô — Foto: Arquivo pessoal

Quadro em homenagem a Iemanjá e Xangô — Foto: Arquivo pessoal

A família de Raimundo também conheceu a religião em um momento de ajuda.

"Eu sou filho de Maria de Lourdes, foi ela que fundou isso aqui. Eu só dou continuidade a tudo que ela começou. Ela foi tirada da rua e cuidada por uma mãe de santo, minha mãe deu a vida para construir esse terreiro, e eu dou a minha para manter. Eu passei fome e passo para manter isso aqui de pé”, conta o umbandista.

Ele também ajuda outras famílias que necessitam.

“Tem uma bebê que está internada, todos os dias eu oro e acendo velas por ela, os pais são evangélicos, mas isso não importa,💥️ fazer o bem sem olhar a quem, é essa a minha religião. A nossa religião é fundada no amor e caridade, essa é a parte mais importante”, afirma o pai de santo.

Festa cigana no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK 5 de 5 Festa cigana no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

Festa cigana no Ilê Asé Oyá Igbalé — Foto: Morena Santos - IAOB/FEESK

Os cuidados são físicos, espirituais e emocionais.

"Não tem nada que compense ou substitua um abraço e uma conversa com um preto velho, um abraço de avô. Eu entrei para a religião um mês antes da minha vó falecer, foi um lugar para me apoiar. O acolhimento é algo incrível de se ver. Você é amado antes de saber quem te ama. Eles te amam e prezam por você”, relata Isis.

“É muito além de vestir uma roupa branca, tirar foto e postar para tirar onda. É amor ao próximo, é caridade, é ser solidário, assim como você precisou, outras pessoas vão precisar. Nós não somos ruins, não fazemos o mal, a minha Umbanda ensina a dar amor a quem não tem amor", completa ela.

A data será comemorada com muita festa. Fundado no mesmo dia em que se homenageia a religião, o Movimento Umbanda Rio completa nove anos. A festa será em Cascadura e conta com as presenças de Teresa Cristina, madrinha do evento, e dos intérpretes Evandro Malandro e Grazzi Brasil.

Um dos maiores encontros de terreiros do Brasil é liderado pelo Pai Alex d’Oxalá e terá a presença da Escola Acadêmicos do Grande Rio, atual campeã do carnaval carioca que homenageou Exu em seu samba-enredo deste ano. A entidade é a ponte entre os humanos e os orixás, são guardiões e protetores da noite.

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