Funcionários de empresa que administrava ciclofaixas de lazer protestam nesta terça
Funcionários de empresa que operava ciclofaixas de lazer fazem protesto na Avenida Paulista. — Foto: Reprodução/TV Globo
Funcionários da Agência Coranda, que administrava as ciclofaixas de lazer da capital paulista, realizaram mais um protesto nesta terça-feira (15) contra a falta de pagamentos de salários e direitos trabalhistas.
A Prefeitura de São Paulo rescindiu definitivamente o contrato com a empresa após problemas na prestação do serviço. A rescisão unilateral foi publicada no Diário Oficial no dia 5 de novembro. A gestão municipal afirma que a empresa cometeu uma série de irregularidades ao longo de cinco semanas.
Ao cancelar o contrato, a gestão Ricardo Nunes (MDB) autorizou a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME) a assumir a gestão das ciclofaixas por meio de um termo de cooperação que garante o repasse de R$ 1,3 milhão para a pasta.
Entre as irregularidades apontadas no parecer técnico da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito contra a Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli estão:
O parecer também pede a aplicação de multa de R$ 109.464,25, por descumprimento dos termos de contrato por parte da empresa.
2 de 3 Ciclofaixa de lazer na Avenida Paulista, em São Paulo. — Foto: Reprodução/TV GloboCiclofaixa de lazer na Avenida Paulista, em São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo
Prestadores de serviço da Agência Coranda já haviam realizado protestos na Avenida Paulista pela falta de pagamento dos serviços prestados.
As ciclofaixas de lazer foram montadas pela CET neste feriado de 15 de novembro, mas sem a equipe de sinalização para orientar os usuários.
Desde o feriado de 12 de outubro, quem monta as ciclofaixas é a CET, que tem de deslocar cerca de 40 agentes de trânsito para fazer o serviço que a Agência Coranda, que ganhou a licitação, deveria fazer.
Alguns funcionários que trabalharam para a empresa foram para a Av. Paulista também no último dia 2 de novembro para protestar contra o calote da empresa nos pagamentos.
Jamerson Mendonça diz que fez sete diárias, mas não recebeu nenhuma até agora. Ele foi até a empresa, mas não adiantou.
"Eu tentei falar com o porteiro na Avenida Angélica, no endereço deles 688 e o porteiro informou que a empresa não estava mais lá que eles se mandaram. Enganaram a gente e foram embora", disse.
Luis Henrique Ferreira também aguarda o pagamento. "Tenho cartão, água, luz, essas coisas. Tem pessoas que pagam aluguel. Como as pessoas vão resolver fazer isso sem respaldo de ninguém? A gente precisa de resolução. Porque aí eles vão e depositam fracionado. Eu não quero fracionado. Eu quero meu dinheiro inteiro. A gente trabalhou embaixo de sol e chuva. A gente precisa desse respaldo", disse.
3 de 3 Fotografia tirada em janeiro de 2011 da inauguração de trecho da ciclofaixa de lazer do Parque do Povo, na Zona Oeste da cidade de São Paulo — Foto: Felipe Rau/Arquivo/Agência Estado
Fotografia tirada em janeiro de 2011 da inauguração de trecho da ciclofaixa de lazer do Parque do Povo, na Zona Oeste da cidade de São Paulo — Foto: Felipe Rau/Arquivo/Agência Estado
A Prefeitura e a Coranda assinaram termo de cooperação, em 18 de agosto. Quase dois meses depois de a empresa assumir, começaram a aparecer reclamações de funcionários que estavam sem receber.
Em 14 de outubro, a Secretaria de Transportes deu um prazo de 10 dias úteis para a empresa se manifestar sobre as denúncias, inclusive a de que faltavam funcionários na operação.
No dia 19 do mesmo mês, a Prefeitura suspendeu o contrato com a Coranda. No dia 21, contratou de forma emergencial outra empresa para assumir as ciclofaixas por três meses. E, no dia 22, cancelou esse contrato e devolveu o serviço para a Coranda, mesmo já tendo colocado a CET para executar o serviço.
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