Declaração final do G20 diz que 'maioria dos membros' condenam guerra na Ucrânia
Invasão da Ucrânia domina debates na abertura da reunião do G20 — Foto: JN
Líderes das nações do G20 condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia "nos termos mais fortes" e exigiram a retirada incondicional na declaração final do grupo nesta quarta-feira (16).
Os líderes das maiores economias do mundo também concordaram em acompanhar cuidadosamente os aumentos das taxas de juros para evitar repercussões e alertaram para o "aumento da volatilidade" nos movimentos cambiais, mas a Ucrânia dominou a reunião da cúpula, que aconteceu em Bali, uma ilha da indonésia.
"A maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia", disseram os líderes em sua declaração, sinalizando que a Rússia, Estado membro do G20, se opõe ao texto.
A declaração reconheceu que "havia outros pontos de vista e avaliações diferentes da situação e das sanções", mas três diplomatas afirmam que o texto foi adotado por unanimidade.
Os líderes do G20 também disseram na declaração que a ameaça ou o uso de armas nucleares é "inadmissível".
"É essencial defender o direito internacional e o sistema multilateral que protege a paz e a estabilidade. Isso inclui defender todos os propósitos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e aderir ao direito humanitário internacional", disseram.
O presidente da Indonésia, Joko Widolo, disse que a guerra na Ucrânia foi a questão mais controversa reunião.
"A discussão sobre a guerra foi muito dura e, no fim, os líderes do G20 concordaram com o conteúdo da declaração, condenado a guerra na Ucrânia por ter violado as fronteiras e a integridade do país", disse.
O governo chinês não comentou a declaração, mas a mídia estatal do país asiático publicou uma tradução dela em chinês.
Antes da declaração final da cúpula, a programação do encontro foi interrompida por uma reunião de emergência para a discussão do incidente com míssil que caiu na Polônia, próximo da fronteira com a Ucrânia, matando duas pessoas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os Estados Unidos e seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão investigando a explosão, mas informações iniciais sugerem que ela pode ter sido causada por um míssil da Ucrânia.
Durante uma nas negociações, os líderes do G20 vestiram camisas brancas, alguns usavam bonés de beisebol com o logo do grupo, e participaram de uma cerimônia de plantio de mudas de mangue para sinalizar a luta contra as mudanças climáticas.
Eles concordaram em buscar esforços para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C, incluindo a aceleração dos esforços para reduzir gradualmente o uso inabalável de carvão.
Biden e o líder chinês Xi Jinping, em conversas na véspera da cúpula na segunda-feira, concordaram em retomar a cooperação sobre mudanças climáticas.
À margem da cúpula, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, realizou uma reunião de duas horas com o governador do banco central chinês, Yi Gang, suas primeiras conversas pessoais com um alto funcionário econômico chinês.
Ela havia dito antes da reunião que esperava obter uma nova visão sobre os planos políticos da China e trabalhar para um maior envolvimento econômico entre os dois países.
O diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse à Reuters que várias economias importantes enfrentam um risco real de entrar em recessão, já que a guerra na Ucrânia, o aumento dos custos de alimentos e combustíveis e a alta da inflação obscurecem as perspectivas globais.
Mas foi a pressão liderada pelo Ocidente para condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia que dominou as negociações.
Muitos participantes disseram que a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin em 24 de fevereiro abalou a economia global e reviveu as divisões geopolíticas da era da Guerra Fria no momento em que o mundo estava emergindo do pior da pandemia de COVID-19.
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