Justiça manda soltar PMs presos por abordagem que terminou com morte de dois jovens em Belford Roxo

A Justiça mandou soltar dois PMs que abordaram, em 2023, dois jovens de 18 e 20 anos que posteriormente foram encontrados mortos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

O Fantástico mostrou com exclusividade um vídeo com a abordagem. Nas imagens, é possível ver que um policial atira em direção aos dois jovens que passam de moto. Outra câmera, mostra, na sequência, os jovens sendo levados pelos policiais.

Na decisão desta semana, a 7ª Câmara Criminal concede habeas corpus ao cabo Júlio Cesar Ferreira dos Santos e ao soldado Jorge Luiz Custódio da Costa. A substitui a prisão preventiva por medidas cautelares.

A defesa dos policiais, formada pelos advogados Claudio Dalledone Junior e Renan Canto, disse que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro "foi justa e acertada" e que "o tecnicismo utilizado pelo Desembargador Relator merece destaque e reconhecimento". "Além de policiais, são homens de família, que não registram antecedentes criminais", acrescentou.

Os dois PMs foram presos em flagrante em 2023 após vídeos serem obtidos pela Polícia Civil. As prisões foram confirmadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.As armas foram apreendidas.

As vítimas são Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos.

Nas imagens, é possível ver que um policial atira em direção aos dois jovens que passam de moto. Em seguida, os dois caem.

Um PM dá um chute nas costas de um deles. Logo depois, o carro branco que estava parado atrás do da polícia deixa o local.

Um policial leva um dos jovens para o outro lado da rua. O outro se arrasta para o mesmo lugar. Os policiais ficam minutos ali. Um deles desaparece da imagem.

Outra câmera mostra o momento em que os jovens são algemados e levados pelos policiais. Edson e Jordan foram encontrados em outro local, distante do ponto onde foi feita a abordagem.

No carro dos policiais, a perícia encontrou o que acredita ser manchas de sangue no chão e no tapete do veículo.

Na primeira câmera, o policial aparece subindo na moto e deixando o local. O outro PM entra no carro e também dá a partida.

Em depoimento, os dois policiais disseram que o piloto da moto perdeu o controle e eles caíram, e que não houve nenhum disparo.

O cabo Júlio Cesar disse ainda que os rapazes foram algemados para levá-los até a delegacia e, por isso, o soldado foi dirigindo a moto com os dois algemados no banco de trás.

Eles disseram ainda no depoimento que uns 40 metros depois resolveram liberá-los porque concluíram que nem os jovens e nem a motocicleta tinham problemas.

A prisão dos policiais foi concedida pelo juiz de plantão com o agravante de não terem informado ao comandante do Batalhão o que havia ocorrido. O soldado Jorge Luiz afirmou no depoimento "não ter o que relatar".

Jordan Luiz Natividade, de 18 anos morava com a mãe, o padrasto e a irmã menor em São Bernardo, Belford Roxo. Ele ajudava o padrasto e cursava o ensino médio, fazendo aulas online na Escola Municipal Manoel Gomes.

Natália Esteves, tia de Jordan, disse na época do crime que a primeira informação que receberam era de que o sobrinho e seu amigo tinham sido presos.

Renata, mãe de Edson, disse que o filho era brincalhão, alegre e amoroso, que gostava muito de jogar futebol. Na época do crime, ela também lamentou a atuação dos policiais.

A Subsecretaria de Estado de Vitimados informou que ofereceu auxílio psicológico e social para as famílias dos rapazes.

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