Transição em SP: Tarcísio tem mais de 23 mil cargos comissionados, de livre indicação política, à disposição
Primeira reunião de transição do governo eleito com o atual governo de São Paulo, realizada no Palácio dos Bandeirantes em 18 de novembro de 2022. — Foto: Divulgação/GESP
O próximo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), herdará mais de 23 mil vagas de funcionários comissionados sem vínculo com o estado, de livre indicação política do governo eleito e sua equipe, segundo a Secretaria de Governo do Estado de São Paulo.
O total de cargos de livre indicação já disponíveis no estado corresponde a cerca de 4,2% dos 557.353 servidores concursados que atuam nos diversos órgãos paulistas, espalhados pelos 645 municípios.
No geral, a força de trabalho da máquina estadual paulista é composta de 580.761 empregados, entre concursados e comissionados.
Até novembro, dos 23.408 atuais cargos comissionados de São Paulo, ao menos 10.029 estavam vagos, sem nenhum trabalhador ocupando função, de acordo com o governo paulista, enquanto outros 13.379 cargos estão preenchidos por indicados dos quase 28 anos de administrações do PSDB e seus aliados no estado.
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2 de 4 Primeira reunião de transição do governo eleito com o atual governo de São Paulo, realizada no Palácio dos Bandeirantes em 18 de novembro de 2022. — Foto: Divulgação/GESP
Primeira reunião de transição do governo eleito com o atual governo de São Paulo, realizada no Palácio dos Bandeirantes em 18 de novembro de 2022. — Foto: Divulgação/GESP
Do total de cargos ocupados por indicados políticos da base do governo, 12.850 estão na administração direta (secretarias e órgãos públicos) e 10.558 cargos na administração indireta (autarquias, empresas públicas e fundações).
Segundo o Portal da Transparência de SP, entre os principais cargos comissionados no estado estão secretários, secretários executivos, diretores adjuntos, diretores técnicos, analistas, assistentes de gabinete, agentes de fiscalização, assistente de gestão, entre outros.
O número de cargos comissionados ocupados no estado de São Paulo corresponde atualmente a cerca de 38% dos 61 mil cargos de direção, funções comissionadas ou terceirizadas que o governo federal tem atualmente disponível, segundo o 7º Boletim da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, divulgado pelo Ministério da Economia em novembro.
Na esfera federal, a força de trabalho soma 519.162 pessoas trabalhando, sendo que 1,04% sem vínculo empregatício, ou seja, cargos comissionados sem vínculo com o estado, e 10,85% de funcionários terceirizados.
Desse total, pelo menos 7.376 são os chamados cargos de confiança que se destinam à direção, gerência e assessoramento (DAS).
3 de 4 Tarcísio de Freitas e Guilherme Afif chegam ao Edifício Cidade, no Centro de São Paulo, para a reunião de transição de governo na nova sede, na Rua Boa Vista. — Foto: Vinicius Freitas/DivulgaçãoTarcísio de Freitas e Guilherme Afif chegam ao Edifício Cidade, no Centro de São Paulo, para a reunião de transição de governo na nova sede, na Rua Boa Vista. — Foto: Vinicius Freitas/Divulgação
Faltando cerca de 40 dias para a posse, em 1º de janeiro, o governador eleito anunciou uma lista com 105 nomes de profissionais e políticos que farão parte da transição do governo do PSDB para o do Republicanos, a partir de 2023.
A lista divulgada nesta terça-feira (22) pelo coordenador-geral da Transição, Guilherme Afif Domingos, tem nomes de bolsonaristas como a deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL) - neta do irmão do avô do presidente Jair Bolsonaro (PL) – o também deputado estadual Frederico D'Avilla - parlamentar que usou a tribuna da Alesp para xingar o papa Francisco em 2023, e o deputado estadual Guilherme Derrite (PL).
A lista também tem políticos ex-aliados dos governos tucanos em SP, como Filipe Sabará (ex-secretário de João Doria na Prefeitura de SP) e Lair Krähenbüh (ex-secretário estadual da Habitação do governo José Serra).
Chama atenção também presença de nomes de políticos conservadores evangélicos, como os vereadores de SP Gilberto Nascimento Júnior (PSC) e Sonaira Fernandes (Republicanos), além do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD), da Assembleia de Deus Ministério Madureira.
A esposa do governador eleito, Cristiane Freitas, também aparece na lista no grupo que vai cuidar da transição na área de Desenvolvimento Social, Mulheres e Direitos PCD.
4 de 4 Guilherme Afif Domingos (PSD), coordenador-geral da transição do governador eleito Tarcísio de Freitas, em coletiva nesta terça-feira (22). — Foto: Reprodução/TV GloboGuilherme Afif Domingos (PSD), coordenador-geral da transição do governador eleito Tarcísio de Freitas, em coletiva nesta terça-feira (22). — Foto: Reprodução/TV Globo
“Nós já recebemos bons relatórios, o que significa que vai facilitar a nossa vida nessa transição, que vai ser muito tranquilo”, completou.
Na coletiva, Afif confirmou que o governo eleito deve ter o mesmo número de secretarias atuais do governo paulista, 23 pastas no total, com “alguns possíveis remanejamentos de áreas”, disse ele.
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