Rússia volta a bombardear Kiev; três morrem e capital ucraniana fica parcialmente sem luz e água
Rua de Kiev após mísseis atingirem capital ucraniana, em 23 de novembro de 2022. — Foto: Valentyn Ogirenko/ Reuters
A Rússia voltou a bombardear Kiev nesta quarta-feira (23). Três pessoas morreram, de acordo com o governo local, três estações de energia foram atingidas por mísseis e desligadas. Moradores locais relataram uma série de explosões.
Há relatos também de que bairros inteiros da cidade estão sem luz, uma tática que a Rússia tem usado há semanas para desestabilizar a capital.
O governo ucraniano disse que os mísseis foram disparados por tropas russas.
2 de 4 Bombeiros contêm fogo após míssil atingir instalação em Kiev, na Ucrânia, em 23 de novembro de 2022. — Foto: Valentyn Ogirenko/ Reuters
Bombeiros contêm fogo após míssil atingir instalação em Kiev, na Ucrânia, em 23 de novembro de 2022. — Foto: Valentyn Ogirenko/ Reuters
Segundo o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko, um prédio de dois andares foi danificado.
Klitschko afirmou ainda que o abastecimento de água foi "suspenso" após o ataque e pediu para que moradores façam economia de água.
3 de 4 Policiais verificam corpo de vítima de ataque russo em Kiev, na Ucrânia, em 23 de novembro de 2022. — Foto: Andrew Kravchenko/ APPoliciais verificam corpo de vítima de ataque russo em Kiev, na Ucrânia, em 23 de novembro de 2022. — Foto: Andrew Kravchenko/ AP
A cidade de Lviv, no oeste do país, também perdeu energia nesta quarta após os ataques, disse seu prefeito, Andriy Sadovy. "Toda a cidade está sem luz. Estamos esperando mais informações dos especialistas. Pode haver interrupções no abastecimento de água", relatou no Telegram.
4 de 4 Mulher segura vela após cidade nos arredores de Kiev ficar sem luz por conta de ataques da Rússia, em 20 de outubro de 2022. — Foto: Emilio Morenatti/ AP
Mulher segura vela após cidade nos arredores de Kiev ficar sem luz por conta de ataques da Rússia, em 20 de outubro de 2022. — Foto: Emilio Morenatti/ AP
Kiev voltou a ser alvo dos ataques russos em setembro, após ser poupada dos bombardeios desde abril. A retomada das investidas sobre a capital são uma retaliação, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, a explosões que atingiram a ponte da Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Putin acusou a Ucrânia, que nunca se pronunciou oficialmente sobre o ataque.
A Ponte da Crimeia é a única ligação por terra entre a Rússia e a península anexada, e foi inaugurada pelo próprio Vladimir Putin em 2018. Portanto, a explosão também tem sido vista como um ataque ao orgulho de Putin - o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já disse que a guerra da Ucrânia começou e vai terminar pela Crimeia.
As explosões em Kiev marcam também uma escalada das tensões na guerra, que antes disso estava focada em investidas russas no leste e no sul.
Em resposta, o presidente russo fez um pronunciamento à nação pela TV anunciando a convocação de cerca de 300 mil reservistas no país inteiro, o que gerou uma grande onda de fuga de jovens russos. Dias depois, quatro regiões da Ucrânia - Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk - foram submetidas a um referendo organizado e realizado por Moscou sobre se os cidadãos locais queriam se separar da Ucrânia e se anexar à Rússia.
Putin anunciou vitória na consulta pública e, há duas semanas, assinou a anexação dos quatro territórios em uma cerimônia transmitida por telões em Moscou. A ONU e a comunidade internacional não reconhecem a anexação.
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