Fuvest 2023: professores apontam o que deve ser cobrado em matemática, física, química e biologia

Estudantes na prova de primeira fase da Fuvest do vestibular 2022 — Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo 1 de 1 Estudantes na prova de primeira fase da Fuvest do vestibular 2022 — Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Estudantes na prova de primeira fase da Fuvest do vestibular 2022 — Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Mais de 100 mil candidatos se inscreveram para a primeira fase da Fuvest 2023, vestibular que seleciona candidatos para a Universidade de São Paulo (USP). A prova será aplicada em 4 de dezembro.

Devido à alta de casos de Covid-19 na cidade e no estado de São Paulo, a Fuvest adotará um protocolo de biosseguraça para a realização da prova, como o uso obrigatório de máscara. Segundo a fundação responsável pelo vestibular, as medidas deverão ser divulgadas em 1º de dezembro.

Ao todo, serão 11.147 vagas oferecidas pela USP, sendo: 4.961 de ampla concorrência, 2.173 reservadas para candidatos de escola pública, 1.096 para alunos de escola pública autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e 2.917 vagas pelo Enem.

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Ao 💥️g1, professores de cursinhos pré-vestibulares de São Paulo apontaram o que pode ser cobrado nas disciplinas de 💥️matemática, física, química e biologia, além de dicas do que rever nos dias que antecedem a prova. Confira:

Segundo o coordenador de química do Curso Etapa, Israel Almeida, a prova da Fuvest se caracteriza por ser um exame que valoriza o aspecto conceitual da disciplina e costuma ter poucos cálculos. Quando comparada a outros exames, apresenta um nível de dificuldade sutilmente mais alto.

"Suas questões exigem dos candidatos poder de interpretação de fenômenos relacionados à química e capacidade de propor explicações para eles. Para isso, é muito comum que a Fuvest recorra ao uso de experimentos em que os resultados são apresentados e os candidatos são instados a propor explicações."

Márcia Lopes, professora de química no Curso e no Colégio Objetivo, também aposta em um teste mais "conceitual".

“O que se espera são textos grandes na maioria das questões, menos contas, uma prova mais conceitual, menos decoreba. Claro que o aluno tem que saber alguns temas importantes, como chuva ácida, meio ambiente é uma temática muito importante", afirmou.

Sobre os conteúdos, o professor do Etapa alerta que a prova de química da Fuvest é bastante abrangente e consegue pautar boa parte dos conteúdos do Ensino Médio.

"Historicamente, é uma prova que prestigia a físico-química (termoquímica, equilíbrios químicos, cinética química e eletroquímica), que compõe, muitas vezes, mais da metade da prova. As demais áreas da química, como a química geral, química orgânica e a estrutura da matéria, sempre marcam presença de forma bem equilibrada", diz Israel.

💥️Em que o vestibulando deve focar?

"Nesse momento vale a pena revisar os conceitos que regem as partes da química. Como a Fuvest tem um caráter fortemente conceitual, vale a pena retomar esses conceitos. Outra estratégia muito boa é refazer algumas das últimas edições da prova. Refazer os últimos três ou quatro anos da prova pode dar uma ótima perspectiva de como a Fuvest estrutura seu exame", afirma Israel.

"Então, chuva ácida, camada de ozônio, aquecimento global são tópicos muito importantes. Muitos gráficos e tabelas também, reações químicas, por exemplo. Existem questões onde essa reação pode ser ditada para o aluno, ele vai dizendo como é a reação e o aluno equaciona. Depois, balanceia. E pode ter cálculos também, juntamente com isso. Química verde é um tópico muito importante, a gente tem 12 pilares da química verde, como a economia de átomos, reações de compostos com menor toxicidade, desenvolvimento de compostos seguros, diminuição do uso de solventes auxiliares, eficiência energética, reciclagem", afirma Marcia.

💥️Quais são as principais dicas para a prova?

"Muita atenção na leitura é o primeiro ponto a ser reforçado. Não perca tempo em questões muito difíceis. Nesse caso é melhor marcar a questão e voltar a tentar depois, quando já tiver garantido os pontos mais acessíveis. Ao ler o enunciado, o candidato deve procurar entender qual parte ou quais partes da química podem estar relacionadas à questão. Com isso, ele pode montar um 'mapa conceitual' que vai ajudar a entender quais relações de causa e efeito podem auxiliar na obtenção da resposta", diz Israel, coordenador do Etapa.

"Por exemplo, se a Fuvest perguntar sobre diferenças entre as temperaturas de ebulição de substâncias moleculares, o candidato pode se perguntar: o que é determinante para as diferenças entre as temperaturas de ebulição dessas substâncias? Isso vai levá-lo a conceitos de forças intermoleculares e polaridade de substâncias. Feito isso, pode ficar mais claro como avaliar as diferenças observadas e como responder à questão", ressalta.

Para Giuseppe Nobilioni, coordenador de matemática e coordenador pedagógico do Curso e Colégio Objetivo, a prova tradicionalmente não possui enunciados longos, como no Enem.

"Deve haver alguma questão interpretativa, contextualizada, mas a grande maioria será a resolução de problemas matemáticos. Os enunciados também não costumam atrapalhar os alunos, são sempre bem claros, cuidadosos e precisos."

Alexandre Borges, coordenador de Matemática do Curso Etapa, enfatiza também que a primeira fase da Fuvest é mais técnica quando comparada ao Enem.

"A álgebra lidera na maior parte das edições das provas da Fuvest na disciplina de matemática e, nessa área, podemos destacar os assuntos funções (às vezes envolvendo gráficos), exponenciais e logaritmos, análise combinatória, probabilidade, sequências e progressões e porcentagens", diz Alexandre, do Etapa.

O professor destaca que, apesar disso, geometria (plana ou espacial), trigonometria e geometria analítica também costumam ser abordadas com muita frequência em praticamente todos os anos, às vezes de forma mesclada com outros temas da matemática.

💥️Em que o vestibulando deve focar?

Alexandre, do Etapa, diz que "nesta reta final de estudos, é importante que o candidato consolide os conhecimentos já adquiridos. Muitas vezes, às vésperas do exame, algumas pessoas tentam aprender tópicos mais profundos num curto espaço de tempo e, caso o estudante não atinja o nível apropriado, pode trazer insegurança na hora da prova".

"Para aqueles que 'não conseguem ficar parados', é mais importante ganhar confiança com os temas com maior afinidade e evitar 'mergulhar de cabeça' em temas pouco fluentes nessa fase", ressalta.

💥️Quais são as principais dicas para a prova?

Segundo Alexandre, a regra de ouro é ler com atenção, anotar (ou destacar) as principais informações durante a leitura e visualizar que tipo de alternativas a questão aborda. "Isso faz com que o entendimento seja mais eficiente, e a resolução seja mais focada em chegar à alternativa correta."

"Eventualmente, questões que não se tornaram claras nas primeiras leituras, ou que a resolução não esteja fluindo de alguma forma, devem ser deixadas por último. O tempo é uma das variáveis mais importantes a ser controlada durante a prova e administrar isso fará muita diferença para um bom exame", afirma.

"Serão 10 a 12 questões, teremos certamente umas duas ou três questões de geometria. Uma de plano, pensando sobre áreas, semelhanças ou Pitágoras, coisas básicas que o aluno conhece bem. Uma pelo menos de métrica - áreas, volumes de sólidos, e mais importantes, cilindros, prismas, pirâmide, cone e esferas - isso relacionado com a geometria", ressalta Giuseppe Nobilioni, do Objetivo.

Alexandre Lopes Moreno, coordenador de física do Curso Etapa, ressalta que praticamente todas as questões da disciplina exigem o domínio de conceitos, ou seja, é uma prova conteudista.

"A interpretação de textos, gráficos e tabelas é importante, mas raramente uma questão de física depende apenas da interpretação. O domínio dos conceitos estudados no programa de física do Ensino Médio é fundamental para conquistar um bom resultado na Fuvest."

Segundo Alexandre, as questões de física na primeira fase da Fuvest apresentam, em média, um grau de exigência intermediário.

"Existe um equilíbrio entre questões conceituais e outras que também exigem cálculos. Comparando com outras provas tradicionais e com as edições mais recentes do Enem, podemos afirmar que o nível de dificuldade é muito parecido."

As questões envolvendo mecânica e eletricidade geralmente correspondem a 70% da prova de física da Fuvest.

"Para o restante, temos questões envolvendo outros assuntos como termologia, óptica e ondulatória. Dentro da mecânica podemos destacar a cinemática, conservação de energia e potência. Já na eletricidade, o destaque fica para questões que exigem o entendimento sobre os circuitos elétricos. Nas outras partes, destacam-se questões envolvendo calorimetria, refração da luz e os conceitos básicos da ondulatória".

O professor Reinaldo de Souza, do Objetivo, aposta que no vestibular 2023 devem voltar questões de potência, como ocorreu nas últimas edições.

"Essa grandeza física é muito importante, ela pode aparecer em eletricidade, potência igual Uxi, em calorimetria, potência igual a quantidade de calor trocada por tempo ou mesmo mecânica, trabalho do motor por tempo ou força x velocidade", afirmou.

💥️Em que o vestibulando deve focar?

"Com a proximidade da prova, é importante focar nos assuntos que o vestibulando tem mais dificuldade dentro daqueles com maior incidência. O estudante não pode perder tempo com conteúdos que são pouco cobrados e também com os conteúdos que ele domina mais. Vale a pena um esforço final em uma revisão de conteúdos mais tradicionais, de grande incidência e que o estudante domina menos", diz Alexandre, do Etapa.

"Devem aparecer algumas questões da física moderna. Além disso, é muito comum a Fuvest cobrar a energia do fóton E = hf . Temos também o sistema isolado mecanicamente, onde temos a conservação da quantidade de movimento, seja na colisão entre duas partículas, explosão ou desintegração radioativa. É isso o que se espera da Fuvest, lembrando-se que astronomia está em moda. A terceira Lei de Kepler, raio de órbita ao cubo sobre o período de translação ao quadrado é constante. A força gravitacional de Sir Isaac Newton deve também aparecer”, diz Reinaldo do Objetivo.

💥️Quais são as principais dicas para a prova?

"Um entendimento perfeito do enunciado da questão é o primeiro passo. Recomendo uma primeira leitura completa e mais direta do texto para uma visão geral da questão e, em seguida, uma nova leitura, mais lenta, anotando todos os dados e a identificação precisa do que foi pedido."

"Geralmente as questões de física da primeira fase da Fuvest não exigem resoluções muito longas. Uma dica que acho muito importante é analisar as cinco últimas provas da Fuvest pelo fato de que esse vestibular é bem equilibrado, não apresentando grandes alterações no seu formato", diz.

Daniel Berto, coordenador de biologia do Curso Etapa, diz que a Fuvest mescla em suas questões interpretações de esquemas, gráficos e tabelas com conteúdo básico e essencial das diferentes áreas da biologia.

"A Fuvest apresenta uma prova com enunciados mais diretos, menos interdisciplinar, com menos interpretações de textos e atualidades que os outros grandes vestibulares. Para os candidatos que tenham um bom preparo prévio dos conteúdos essenciais das diferentes áreas da biologia, a Fuvest é uma prova mais fácil que os outros exames."

Segundo Daniel, a Fuvest costuma abordar mais assuntos das áreas de citologia e genética.

Já para Mônica Segantini Bertoldo, professora de biologia do Objetivo, a prova deste ano deve ser conteudista, com temas que se relacionam com o dia a dia dos alunos.

"Também aparecem muitos gráficos, tabelas para serem analisadas. Com relação à parte de meio ambiente, de ecologia, é recorrente a cobrança a respeito de assuntos relacionados à poluição. A gente deve esperar uma questão relacionada à bioacumulação em virtude de acúmulo de metais pesados no ambiente e de esse acúmulo realmente atingir os seres vivos que estão no topo da cadeia alimentar", afirmou.

💥️Em que o vestibulando deve focar?

"Os estudantes devem focar os resumos teóricos da disciplina e as resoluções dos exames anteriores da própria Fuvest. Como é um exame que não apresentou grandes inovações nos últimos anos, pode ser uma ótima estratégia de estudos", diz Daniel, do Etapa.

Mônica, do Objetivo, acredita que temas envolvendo análises de biomas também devem estar na lista dos alunos. "Em termos gerais, o bioma mais cobrado normalmente é cerrado, depois vem caatinga e Amazônia, Pantanal, manguezais. Também podem entrar aí como assuntos que acabam aparecendo em questões interdisciplinares de biologia, geografia e química."

"Com relação a doenças a partir de vacinas, algumas doenças virais, bacterianas, principalmente a abordagem relacionada a profilaxia de doenças. Também a parte de genética molecular e biotecnologias, alguns métodos de modificação de DNA podem também estar na prova”, completou.

💥️Quais são as principais dicas para a prova?

"O candidato deve estar atento. Realizar uma boa leitura dos enunciados e das alternativas das questões é uma boa estratégia, já que as questões podem mascarar a resposta correta por apresentarem, muitas vezes, certa similaridade. Além disso, a habilidade de analisar os dados presentes nos esquemas das questões é uma boa dica para a prova de Biologia da Fuvest", diz Daniel, do curso Etapa.

fuvest.br)💥️Prova da 1ª fase: 4 de dezembro💥️Divulgação convocados para 2ª fase: 16 de dezembro💥️Provas da 2ª fase: 8 e 9 de janeiro de 2023💥️Divulgação da primeira lista de aprovados: 30 de janeiro de 2023

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