O que esperar do sexto mandato de Teodoro Obiang, o ditador mais longevo do mundo?

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, durante encontro em Paris em 2023. — Foto: Ludovic Marin/Pool via AP 1 de 2 O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, durante encontro em Paris em 2023. — Foto: Ludovic Marin/Pool via AP

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, durante encontro em Paris em 2023. — Foto: Ludovic Marin/Pool via AP

Teodoro Obiang está há 43 anos sentado na cadeira presidencial da Guiné Equatorial, o que lhe garante o título de ditador mais longevo do mundo. Aos 80, ele acaba de obter o sexto mandato para permanecer mais sete anos no cargo, numa daquelas vitórias arrebatadoras que só os autocratas conseguem: a eleição com 94,9% dos votos.

Antes da campanha, Obiang tratou de mandar para uma prisão de alta segurança seu principal concorrente, Gabriel Nsé Obiang, o líder do Cidadãos pela Inovação (CI) – partido tornado ilegal em 2018 – e mais 300 opositores.

Os outros dois adversários que constavam na cédula eleitoral não seriam capazes de desafiá-lo e cumpriram a função de dar um verniz democrático ao pleito.

Moradores fazem fila para votar em Malabo, capital da Guiné Equatorial, em 20 de novembro de 2022. — Foto: AP 2 de 2 Moradores fazem fila para votar em Malabo, capital da Guiné Equatorial, em 20 de novembro de 2022. — Foto: AP

Moradores fazem fila para votar em Malabo, capital da Guiné Equatorial, em 20 de novembro de 2022. — Foto: AP

O terceiro país mais rico da África Subsaariana tem enormes reservas de petróleo, mas mantém 70% da população de 1,2 milhão chafurdados na pobreza e sufocados pela opressão aos direitos humanos. A maioria vive em barracas, sem acesso a água potável e saneamento, num contraste estratosférico em relação aos bens acumulados pelo governante.

Como resumiu Juan Tomás Ávila Laurel, o escritor mais traduzido do país e que vive exilado na Espanha, a população da Guiné Equatorial já se convenceu de que a ditadura da família Obiang é indestrutível e as eleições não têm significado algum.

Preparado para ser o sucessor, o filho Teodorin foi nomeado vice-presidente em 2016, mas se mostra mais afeito ao estilo fanfarrão, colecionando mansões, carros e relógios de luxo. Foi condenado na França por lavagem de dinheiro e outros delitos, com pena suspensa de três anos de prisão, confisco de bens e multa de 30 milhões de euros (cerca de R$ 169 milhões).

Foi aceita em 2014, com a condição de que abolisse a pena de morte e incluísse o idioma como língua oficial. Somente este ano, o país aprovou a extinção da pena capital, que ainda não entrou em vigor. Quanto ao português, sequer figura no sistema educacional do país. São estratagemas que procuram assegurar a caminhada de Obiang a completar meio século no poder.

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