Movimento de Felgueiras e Amarante critica Governo sobre extração de lítio
O movimento de cidadãos “Seixoso-Vieiros: Lítio Não” considerou ontem que o anúncio do Governo de leiloar novas áreas para a exploração de lítio é um ataque direto às comunidades e ao futuro daquele território.
“Estamos completamente contra esta decisão que, em vez de beneficiar as populações e proteger o ambiente, favorece interesses económicos alheios, deixando para trás destruição e prejuízo”, lê-se num comunicado enviado à Lusa.
Em fevereiro de 2022, o Governo autorizou a prospeção e pesquisa de lítio em seis zonas do país, nomeadamente na denominada “Seixoso-Vieiros”, que abrange território de Felgueiras e Amarante e, em menores áreas, os concelhos de Fafe, Celorico de Basto e Guimarães.
Na terça-feira, a ministra do Ambiente e Energia avançou que o Governo deverá avançar com concursos para a prospeção de cobre, ouro e lítio em 2025.
A ministra falava na apresentação do Plano de Ação para o Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas, desenhado pelo grupo de trabalho que recomenda que o Governo avance com concursos de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de recursos minerais e com programas de apoio ao financiamento.
Estes concursos que vão avançar no próximo ano são para prospeção e pesquisa e não exploração, sublinhou a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, também presente na apresentação, em Lisboa.
Relativamente ao lítio, são as seis áreas já identificadas para prospeção.
O movimento de cidadãos “Seixoso-Vieiros: Lítio Não”, que representa uma das zonas, afirma hoje recusar “a narrativa de que o lítio é uma solução sustentável”, reafirmando que a sua extração “traz consequências ambientais devastadoras”.
“Este modelo não é progresso, é exploração, e as comunidades locais não podem ser sacrificadas em nome de um desenvolvimento que apenas beneficia grandes empresas”, acrescenta-se no comunicado.
O movimento acrescenta não aceitar que as terras e a vida das populações afetadas “sejam vendidas em nome de interesses externos”.
Em julho, aquele conjunto de ativistas exigiu que o Governo retirasse aquele território de Felgueiras e Amarante das áreas incluídas na “estratégia nacional para matérias-primas críticas”, alertando a população para os impactos ambientais negativos.
“Não podemos esquecer que a nossa região Seixoso-Vieiros está na mira desde 2023”, recordavam ainda os ativistas.
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