Como é a política de 'covid zero' que tem causado protestos na China
Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo sob algum tipo de restrição na China — Foto: GETTY IMAGES
Protestos estão acontecendo na China por causa das rígidas medidas de isolamento e lockdown impostas pelo governo com sua política de "covid zero".
Manifestantes exigem que as regras sejam relaxadas, apesar do aumento de casos no país.
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Nos últimos meses, bloqueios ocorreram em várias cidades, incluindo Shenzhen, uma cidade de 17,5 milhões de pessoas e centro tecnológico, e Xangai, uma cidade de 26 milhões que é um centro industrial, comercial e financeiro.
Dezenas de milhões de pessoas estão vivendo sob algum tipo de restrição. Algumas regras, no entanto, foram relaxadas.
O isolamento agora é por 8 dias, em vez de 10 — sendo 5 no centro de isolamento e 3 em casa.
A China também está permitindo desembarques internacionais com regras menos rigorosas de quarentena pela primeira vez desde março de 2022.
A China tem um dos protocolos mais rigorosos de combate à covid do mundo. As medidas incluem:
2 de 4 A china tem um programa de testagem em massa para diagnóstico de covid — Foto: GETTY IMAGES
A china tem um programa de testagem em massa para diagnóstico de covid — Foto: GETTY IMAGES
Recentemente, a China teve seu primeiro pico de mortes por covid-19 em seis meses, com 320 mortos no último mês, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Na segunda-feira, o país registrou 40.052 novos casos de covid. O pico anterior havia sido em abril.
Novas infecções têm sido relatadas em toda a China. A Província de Guangdong, no sul, foi a região mais afetada.
Mas o número total de infecções e mortes permanece muito baixo em comparação com outras partes do mundo.
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Apenas cerca de metade das pessoas na China com 80 anos ou mais receberam suas primeiras vacinas.
Menos de 60% das pessoas com idade entre 60 e 69 anos estão totalmente vacinadas.
Os idosos correm maior risco e o governo tem incentivado essa população a se vacinar.
Ainda não está clara qual é a eficácia contra a variante ômicron das principais vacinas usadas na China — e essa é a cepa mais difundida do coronavírus hoje.
4 de 4 A Organização Mundial da Saúde orienta que a China mude seu método de lidar com a covid — Foto: GETTY IMAGESA Organização Mundial da Saúde orienta que a China mude seu método de lidar com a covid — Foto: GETTY IMAGES
Os países ocidentais ofereceram à China vacinas mais eficazes, mas a China se recusou a usá-las de forma ampla.
O governo não deu nenhuma explicação oficial. No entanto, algumas pessoas acham que o governo da China teme admitir que falhou em desenvolver vacinas adequadas contra a ômicron por conta própria.
A Organização Mundial da Saúde recomendou que a China mude seu método de lidar com a covid.
No entanto, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que a política de "covid zero" é "científica e eficaz".
A China está seguindo uma política que chama de "zero dinâmico" — agindo sempre que o coronavírus surge para erradicá-lo.
O governo da China diz que isso salva vidas, porque surtos descontrolados colocariam muitas pessoas vulneráveis em risco, incluindo idosos.
Os bloqueios rígidos contribuíram para que o número de mortes na China permanecesse relativamente baixo desde o início da pandemia — o número oficial é de pouco mais de 5.200, mas a Universidade de Johns Hopkins registra 15 mil mortes.
Mas mesmo considerando o número da universidade, a quantidade de mortos por milhão na China ainda é muito menor do que em países como os EUA, Reino Unido ou Brasil.
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