'Não tínhamos outra pessoa em condições de fazer a disputa', diz Gleisi sobre apoio do PT à reeleição de Lira
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta quarta-feira (30) que o PT não tinha outro nome capaz de disputar a presidência da Câmara contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), que tentará a reeleição.
Nesta terça-feira (29), a federação que reúne PT, PV e PCdoB anunciou que irá apoiar a recondução de Lira à principal cadeira da Câmara. Juntas, as três bancadas terão 80 deputados a partir de fevereiro de 2023 – PT (68), PV (6) e PCdoB (6).
Gleisi deu a declaração durante entrevista à GloboNews. Ela foi questionada sobre o apoio do PT a Lira, parlamentar do Centrão que, nos últimos anos, foi alvo de duras críticas de petistas.
"A decisão se dá dentro de um quadro de correlação de forças. Nós não tínhamos hoje outra pessoa em condições de fazer a disputa pela presidência da Câmara. O PT não colocaria nome e não tinha um outro partido que tivesse uma liderança e que disputaria a Câmara", contou Gleisi.
A presidente do PT disse também que, ao apoiar Lira, a federação que o partido integra optou pelo pragmatismo e evitou o "isolamento" na Câmara.
1 de 1 A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante entrevista à GloboNews — Foto: Reprodução/GloboNewsA presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante entrevista à GloboNews — Foto: Reprodução/GloboNews
"Não é o momento de nós estarmos isolados, ter um apoio ao presidente Lira, já que outros partidos também apoiaram, mas ao mesmo tempo também se propor a construir um bloco de apoio ao governo, para fazer as articulações dentro da Casa", afirmou.
Sem dar detalhes, a deputada disse ainda que o PT e os partidos aliados a Lula terão com Lira uma "relação diferente" da que o deputado tinha com o governo Jair Bolsonaro (PL).
"Uma relação de respeito, vamos apoiá-lo, queremos ter um bloco, claro, de governo na Câmara, e ter uma relação com ele de conversa e articulação. Acho que foi isso que levou a maioria da bancada e nós avaliarmos que seria ele a pessoa como candidato à reeleição na Câmara", concluiu.
O anúncio de apoio a Lira pela federação capitaneada pelo PT se dá em um momento em que os aliados de Lula articulam a aprovação da chamada PEC da Transição.
O texto foi apresentado na última segunda-feira (28) e começou a tramitar oficialmente no Senado nesta terça (29), quando recebeu as 27 assinaturas exigidas pelo regimento. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa deve se reunir na próxima semana para votar o texto, que depois seguirá para o plenário.
A PEC em discussão retira quase R$ 200 bilhões em despesas públicas, nos próximos anos, da regra do teto de gastos – que impede o crescimento do gasto federal. Serão R$ 175 bilhões para custear o Bolsa Família de R$ 600 mensais, com R$ 150 adicionais por criança de até 6 anos, e até R$ 23 bilhões em investimentos federais por ano custeados pelo excesso de arrecadação do ano anterior.
A equipe de Lula quer o apoio de Lira, principal liderança do Centrão, para aprovar a PEC da Transição nas próximas semanas na Câmara. A Casa receberá o texto após a análise do Senado.
O próprio presidente eleito entrou em campo para conquistar apoio para a PEC. Nesta quarta, ele tratou do tema em reuniões com Lira e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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