Entenda como empresa do interior de SP concentrava 90% do comércio ilegal de mercúrio para garimpo de ouro no Brasil
Uma empresa de Paulínia, no interior de São Paulo, chamou a atenção da Polícia Federal por concentrar 💥️90% do comércio ilegal de mercúrio para garimpo no Brasil. Ela foi ponto de partida de uma investigação que culminou na operação conjunta com o Ibama que cumpriu 63 mandados de prisão e busca e apreensão em sete estados e apreendeu 166 kg do metal pesado, 2,5 kg de ouro, 80 veículos, relógios de luxo avaliados em R$ 4 milhões e R$ 130 mil em dinheiro nesta quinta (1º).
Cadastrada para vender mercúrio via processo de reciclagem - o outro meio legal permitido no Brasil é a importação -, 💥️a empresa de Paulínia emitia "créditos" em um volume bem acima do que poderia obter, permitindo que empresas que atuam na extração de minério "esquentassem" o produto oriundo de contrabando - com a operação, foram bloqueadas 7,4 toneladas de créditos do sistema do Ibama de mercúrio inexistente.
Segundo a Polícia Federal, no processo para obtenção de cada 1 kg de ouro são necessários 3kg de mercúrio, altamente nocivo ao meio ambiente e à saúde humana - o metal é tóxico e pode causar desde danos irreversíveis no sistema nervoso central até levar à morte.
A operação, denominada Hermes, é fruto de investigações que tiveram início em 2013, quando uma empresa de Joiville (SC) se revelou como a detendora de 90% do mercado nacional do metal pesado e foi fechada pela fiscalização após constatação de irregularidades.
Em 2018, a Polícia Federal e o órgão ambiental descobriram que os criminosos haviam mudado a sede para Paulínia (SP), motivo pelo qual é a delegacia de Campinas da PF respnsável pela operação desta quinta.
Esta é a maior operação contra contrabando de mercúrio da história da Polícia Federal, segundo a corporação. Ao todo, 230 policiais federais e 50 servidores do Ibama atuaram.
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Botijão de mercúrio foi apreendido em operação da PF com Ibama contra garimpo ilegal — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Os alvos da operação incluem residências, sedes de empresas, depósitos e áreas de mineração. As medidas judiciais foram determinadas pela 1ª Vara Federal em Campinas.
Os policias federais embarcaram nesta quarta (30) no Aeroporto Internacional de Viracopos rumo a Mato Grosso (MT), onde estão 22 mandados e houve uma prisão em flagrante por porte de arma.
💥️Medidas judiciais
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Policiais federais de Campinas em reunião sobre operação de combate ao garimpo ilegal de ouro — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Policiais federais de Campinas em reunião sobre operação de combate ao garimpo ilegal de ouro — Foto: Polícia Federal/Divulgação
💥️Cidades com mandados
A cidade com alvo da operação no Pará, o sétimo estado, é Itaituba, que passou por fiscalização nesta quarta (30).
O balançao de ações realizadas pelo Ibama, divulgada na noite de quinta, aponta que 18 empresas foram fiscalizadas e suspensas do sistema, sendo que foram emitidas multas avaliadas em R$ 5 milhões.
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Vista de campo de mineração em Itaituba (PA), alvo de investigação da Polícia Federal e do Ibama — Foto: Polícia Federal/Divulgação
De acordo com a PF, a operação engloba, concomitantemente, a fiscalização de áreas de mineração pelo Ibama, com a possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos. O foco é o Cadastro Técnico Federal.
O órgão federal também apura condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a importação e comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro com sedes em municípios nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso e Pará.
O Cadastro Técnico Federal prevê que toda a comercialização e uso de mercúrio metálico no Brasil deva ocorrer em estrito cumprimento da legislação. "Esse escopo institucional é chave para a implementação da Convenção Internacional de Minamata, ratificada pelo Brasil em 8/8/2017, após aprovação pela ONU", disse a corporação.
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Fiscalização do Ibama na operação da PF de Campinas de combate ao garimpo ilegal de ouro e uso do mercúrio — Foto: Polícia Federal/Divulgação
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