63% das escolas particulares de 6 estados devem reajustar mensalidade acima de 10% em 2023, diz pesquisa
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Sala de aula vazia em Minas Gerais, em 12-08-2022 — Foto: Prefeitura de Uberaba/Divulgação
Pesquisa feita pela consultoria Meira Fernandes, especializada em Educação, aponta que 63% das escolas particulares de seis estados devem reajustar a mensalidade acima de 10% em 2023.
O levantamento ouviu 70 escolas particulares que, juntas, são responsáveis por mais de 36 mil alunos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso do Sul.
Para 29% dos colégios ouvidos, a alta da mensalidade deve superar 12%.
O índice de reajuste mensurado pelas escolas é quase o dobro da expectativa de inflação para o ano de 2022 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que está prevista em cerca de 5,25% de acordo com a expectativa média do mercado do último Boletim Focus, do Banco Central, e 25 de novembro.
Até outubro, a inflação do IPCA acumulada no país em 2022 foi de 4,7%, de acordo com o IBGE.
A justificativa das escolas para o reajuste alto é o aumento da inadimplência, aliado à pressão das despesas estruturais e de pessoal, além dos investimentos em tecnologia feitos na pandemia e não repassados às famílias.
“Além dos impactos do atraso e inadimplência das mensalidades ao longo do ano que impacta diretamente o caixa – adiciona-se também os investimentos feitos em tecnologia para o ensino híbrido durante a pandemia, os investimentos em EPIs que não foram repassados integralmente na época por conta do impacto que poderia causar em meio crise – e esses custos estão sendo diluídos ao longo do tempo”, disse Mabely Meira Fernandes, diretora da consultoria.
“Também existe o custo direto de pessoal, que nas instituições de ensino equivale a cerca de 60% das mensalidades e as escolas são sempre castigadas com índices muito superiores à inflação. Durante este ano de 2022, o reajuste salarial dos professores de São Paulo foi de 10,57%, a PLR, de 15%. E, para 2023, a PLR dos professores já está sacramentada em 18%”, completou.
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Cédulas de dinheiro — Foto: Pequenas Empresas, Grandes Negócios / Tv Globo
No levantamento, cerca de 31% das escolas disseram que mais de 5% dos alunos matriculados em 2022 tiveram algum tipo de atraso nas mensalidades ao longo do ano, em virtude da instabilidade econômica do país.
Até novembro, ao menos 38% das escolas afirmaram que o índice de inadimplência – quando a família não tem condições de pagar as mensalidades atrasadas para renovar o contrato de um ano para o outro – deve ser superior a esses 5%, passando de 9% para cerca de 18% das escolas.
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— Foto: TV Globo/Reprodução
Nos cálculos da consultoria, a média da inadimplência no estado de São Paulo em 2022 chegará a 7,86%, número inferior aos 9,12% de 2023.
Porém, a pesquisa da Meira Fernandes destaca que 46% das escolas estão com as rematrículas abaixo de 70% para 2023.
“Conversamos com mantenedores [donos das escolas] todos os dias e temos ouvido cada vez mais que os pais esperam – por questões financeiras claras como a inflação – o recebimento do 13º salário, não só para quitar as dívidas dos meses do ano vigente como também para renovar o vínculo com a escola para o ano seguinte”, afirma Mabely Meira Fernandes.
A pesquisa foi feita no período entre 24 de outubro e 29 de novembro. Na ocasião, nenhuma das mais de 70 escolas pesquisadas havia atingido 100% de rematrículas efetuadas para o próximo ano.
Por outro lado, 16% ainda estão abaixo dos 50% de rematrículas confirmadas, o que aponta, segundo a diretora da consultoria, que a renovação dos vínculos tem sido feita cada vez mais tarde pelas famílias e depende de acordos financeiros negociados caso a caso com os colégios.
“As escolas têm aberto o processo de rematrícula cada vez mais cedo. Neste ano de 2022 tinha escola abrindo em agosto. Em anos anteriores, quando chegávamos em novembro – várias escolas já tinham alcançado 100% de rematrícula. Neste ano, por tudo o que passamos em termos de inflação - instabilidade econômica do país, além das questões políticas, parece que todo mundo está aguardando o 13º para usá-lo como o grande aliado ou supertrunfo dos pais para ajudar nas negociações com as escolas”, comentou Mabely Meira Fernandes.
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