Leões do Atlas dão pausa na insatisfação popular no Marrocos

Marroquinos comemoram em Rabat, capital do país, a classificação da seleção à semifinal da Copa do Mundo, no dia 10 de dezembro de 2022 — Foto: Fadel Senna/AFP 1 de 2 Marroquinos comemoram em Rabat, capital do país, a classificação da seleção à semifinal da Copa do Mundo, no dia 10 de dezembro de 2022 — Foto: Fadel Senna/AFP

Marroquinos comemoram em Rabat, capital do país, a classificação da seleção à semifinal da Copa do Mundo, no dia 10 de dezembro de 2022 — Foto: Fadel Senna/AFP

O clima de euforia nas cidades marroquinas após a classificação para as semifinais da Copa do Mundo – 💥️a primeira de um país africano e de maioria árabe – contrasta com o de revolta nos protestos que no domingo anterior sacudiram o reino contra a alta de preços de produtos básicos e a repressão política.

Naquela altura, 💥️a seleção orgulhosamente chamada de Leões do Atlas já tinha eliminado a Espanha do Mundial e trilhava a trajetória inédita para as quartas de final. Ainda assim, uma multidão saiu às ruas entoando palavras de ordem contra o governo do primeiro-ministro Aziz Akhannouch, considerado o segundo homem mais rico do país, atrás apenas do rei Mohammed VI.

💥️"Precisávamos tanto dessa explosão de otimismo em tempos difíceis”, atestou, em artigo no site da Al-Jazeera, a jornalista marroquina Aida Alami, para quem os 💥️torcedores andavam à procura de um propósito para se afastar da pandemia, da seca que assolou o país da inflação e das dificuldades econômicas.

O orgulho da seleção nacional extrapolou as fronteiras e alcançou o mundo árabe.

Manifestantes protestam em Rabat, no Marrocos, contra preços altos do custo de vida, repressão política e a opressão social no país, em 4 de dezembro de 2022. — Foto: AFP 2 de 2 Manifestantes protestam em Rabat, no Marrocos, contra preços altos do custo de vida, repressão política e a opressão social no país, em 4 de dezembro de 2022. — Foto: AFP

Manifestantes protestam em Rabat, no Marrocos, contra preços altos do custo de vida, repressão política e a opressão social no país, em 4 de dezembro de 2022. — Foto: AFP

Por tabela, o sucesso em campo favoreceria, em casa, a imagem do monarca e do premiê. Ativistas acusam Akhannouch de beneficiar a Afriquia Gas, da qual é proprietário, na crise dos combustíveis que afeta o país. O aumento de preços de alimentos e os gastos no transporte levaram a uma inflação média de 12% nos dez meses deste ano.

“O povo quer preços mais baixos. O povo quer eliminar o despotismo e a corrupção”, bradavam os manifestantes que se juntaram à marcha da semana passada. Desde sábado, contudo, os marroquinos se mostram mais unidos em torno dos Leões do Atlas: 💥️as palavras de ordem e o tom raivoso cederam vez ao ufanismo e à alegria que só um jogo de futebol é capaz de produzir.

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