Justiça mantém condenações de bicheiros Anísio e Capitão Guimarães por corrupção de agentes públicos

Selminha Sorriso beija as mãos de Anísio Abraão — Foto: Alexandre Durão/G1 1 de 3 Selminha Sorriso beija as mãos de Anísio Abraão — Foto: Alexandre Durão/G1

Selminha Sorriso beija as mãos de Anísio Abraão — Foto: Alexandre Durão/G1

A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) decidiu nesta segunda-feira (12) manter as condenações dos bicheiros 💥️Aniz Abrahão David, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, e 💥️Ailton Guimarães Jorge, o 'capitão Guimarães', que já foi presidente da Unidos de Vila Isabel e da Liesa.

Além dos dois contraventores, a Justiça Federal também manteve as condenações de outros 21 réus na Operação Furacão 2. Realizada em 2007, a ação da Polícia Federal teve como alvo um esquema de corrupção de agentes públicos para garantir a exploração ilegal de bingos e máquinas caça-níqueis no Rio de Janeiro.

Capitão Guimarães na quadra da Vila Isabel — Foto: Divulgação 2 de 3 Capitão Guimarães na quadra da Vila Isabel — Foto: Divulgação

Capitão Guimarães na quadra da Vila Isabel — Foto: Divulgação

De acordo com o voto da relatora do caso, a desembargadora federal 💥️Simone Schreiber, Capitão Guimarães e Anísio deverão cumprir pena de 💥️nove anos, cinco meses e 10 dias de reclusão, além de pagar multa, pelo crime de corrupção ativa.

Em suas alegações, as defesas dos acusados sustentaram que as condenações na primeira instância teriam sido embasadas apenas em diálogos captados em interceptação telefônica. Os advogados alegaram também que a exploração de bingos no Brasil seria legalmente permitida na época dos fatos.

Simone Schreiber rebateu os argumentos, entendendo que as denúncias especificaram corretamente as condutas de cada um dos réus.

Simone Schreiber ainda analisou as condutas dos acusados dividindo-os em "escalões":

Além da relatora, compuseram a sessão de julgamento a desembargadora Andréa Cunha Esmeraldo, revisora, e a juíza federal Andréa Daquer Barsotti. Representando o Ministério Público Federal, atuou a procuradora regional da República Márcia Morgado.

Bicheiro Capitão Guimarães — Foto: Reprodução TV Globo 3 de 3 Bicheiro Capitão Guimarães — Foto: Reprodução TV Globo

Bicheiro Capitão Guimarães — Foto: Reprodução TV Globo

Apelidada de Hurricane (furacão, em inglês), a operação deflagrada pela Polícia Federal em 13 de abril de 2007 contra a máfia dos caça-níqueis atingiu em cheio o Poder Judiciário e integrantes do Ministério Público.

Durante a ação, foram presas 25 pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do TRF-2, o desembargador 💥️José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador 💥️Ricardo Regueira, também do TRF; o juiz 💥️Ernesto da Luz Pinto Dória, do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP); o procurador Regional da República 💥️João Sérgio Leal Pereira e o advogado 💥️Virgílio de Oliveira Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)💥️ Paulo Medina, que também foi acusado de participação no esquema, mas não foi preso.

Em gravação feita pela PF em agosto de 2006, Virgílio Medina negociava com 💥️Sérgio Luzio Marques de Araújo, advogado de importadores de caça-níqueis, uma decisão judicial por R$1 milhão.

Dias depois, o ministro Paulo Medina concedeu liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis, apreendidas pela PF em abril daquele ano, em Niterói.

Segundo a PF, o desembargador Carreira Alvim teria recebido suborno para liberar o mesmo lote de 900 máquinas, quando caso ainda estava na Justiça Federal do Rio.

Além de dar a liminar, o desembargador concedeu efeito suspensivo para futuros recursos contra a liberação. Em gravações feitas pela PF, um dos integrantes da quadrilha menciona o pagamento de R$ 1 milhão ao desembargador.

Também membro da Justiça Federal fluminense, o desembargador Ricardo Regueira teria participado de uma reunião com Alvim e o advogado Sérgio Luzio em um hotel de propriedade do bicheiro 💥️Antônio Petrus Kalil, o Turcão.

Já o juiz trabalhista Ernesto Dória receberia uma "mesada" de R$10 mil para intermediar negociações da quadrilha.

Na Furacão, os agentes federais prenderam os contraventores Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães; Aniz Abrahão David, o Anísio, e Turcão. Durante a operação, foram apreendidos R$ 10 milhões e 51 carros de luxo, avaliados em R$ 5 milhões, 161 relógios e jóias.

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