Após ser presa, vice-presidente do Parlamento Europeu é destituída do cargo por escândalo de corrupção
O Parlamento Europeu - o Legislativo que une deputados de todos os países da União Europeia - destituiu nesta terça-feira (13) a vice-presidente da Casa Eva Kaili.
Em um 💥️caso que abalou um dos organismos com mais credibilidade na Europa, Kaili foi presa na sexta-feira (9) após uma investigação da Promotoria da Bélgica 💥️apontar que o governo do 💥️Catar💥️, anfitrião da Copa do Mundo, subornou Kaili para influenciar a tomada de decisões. A agora ex-vice-presidente, que é também deputada da Grécia, negou as acusações.
Por ampla maioria - 625 votos a favor e apenas um contra, além de duas abstenções -, os parlamentares destituíram a deputada grega de seu cargo. Ela também perdeu o assento no Parlamento.
"A integridade do Parlamento Europeu vem em primeiro lugar", tuitou a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, após a votação.
Representantes de vários países da UE, incluindo a Alemanha, admitiram que a credibilidade do bloco europeu está em jogo por conta do escândalo. Já o chanceler da Hungria, país que costuma ser criticados pelo Parlamento Europeu por conta de posturas autocratas de seu líder, Viktor Orbán, afirmou que a Casa "perdeu a superioridade moral".
"A partir de agora, o Parlamento Europeu não poderá falar sobre corrupção de maneira crível", escreveu o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto.
1 de 1 Foto de arquivo de 7 de dezembro de 2022 mostra a vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, durante cerimônia. Ela seria uma das pessoas presa preventivamente em investigação de corrupção. — Foto: Eric Vida;/European Parliament/AFPFoto de arquivo de 7 de dezembro de 2022 mostra a vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, durante cerimônia. Ela seria uma das pessoas presa preventivamente em investigação de corrupção. — Foto: Eric Vida;/European Parliament/AFP
Eva Kaili ainda não se manifestou desde que o escândalo veio a público, mas, nesta terça, seu advogado na Grécia, Michalis Dimitrakopoulos, disse à rede Open TV que "a posição dela é que ela é inocente, posso te dizer isso. Ela não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e inequivocamente".
O governo do Catar negou qualquer irregularidade.
O Ministério Público da Bélgica vinha investigando a suspeita de que o um país do Golfo Pérsico buscava meios ilegais para influenciar parlamentares europeus havia quatro meses.
Segundo fontes da Promotoria ouvidas pela imprensa europeia, este país é o Catar, que pagou subornou deputados para que eles influenciassem o abafamento de investigações contra o governo do país.
Durante as operações de busca e apreensão, segundo a Promotoria, 💥️a polícia encontrou dinheiro em malas dentro de um quarto de hotel. O Ministério Público belga não divulgou a quantia e nem de quem seriam as bagagens.
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