Dólar fecha em queda após decisão sobre juros nos EUA e com política econômica no radar
Dólar opera em alta nesta quarta-feira. — Foto: Freepik
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (14), com os investidores repercutindo a política econômica do novo governo e a divulgação da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de aumentar em 0,50 ponto percentual a taxa de juros do país, para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
A moeda norte-americana recuou 0,25%, cotada a R$ 5,3015. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar encerrou o pregão com leve alta de 0,05%, vendido a R$ 5,3146. Com o resultado desta quarta, a moeda acumula alta de 1,92% no mês. No ano, tem queda de 4,90%.
Já o Ibovespa opera em queda nesta quarta.
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A pauta política ainda ainda tomou conta dos mercados neste pregão. Ontem, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou os primeiros nomes de sua equipe: o economista e ex-banqueiro Gabriel Galípolo, que será o secretário-executivo (número 2 da pasta), e o economista Bernard Appy, que será secretário especial para lidar com a reforma tributária.
Após os anúncios, Haddad discursou para a imprensa e comentou sobre diversos assuntos, que ajudaram a trazer volatilidade para o mercado. O futuro ministro disse que a aprovação da PEC da Transição e do Orçamento de 2023 são fundamentais para que o novo governo possa definir pautas econômicas importantes.
Também entrou no radar dos investidores a mudança aprovada pela Câmara na Lei das Estatais. Em entrevista à GloboNews, Haddad disse que, se houver fiscalização e controle adequados, tanto faz se um diretor de estatal seja um funcionário de carreira ou chegue de fora.
"Se você tiver compliance, se tiver controladoria, uma governança corporativa decente... Se você escolher um cara da carreira ou uma cara de fora, que entenda do assunto, vai fazer pouca diferença", disse o futuro ministro da Fazenda.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite da terça-feira (13) o texto-base de um projeto de lei que modifica a Lei das Estatais, flexibilizando a nomeação de de políticos para presidência e diretorias de empresas públicas. Atualmente, é necessário um intervalo de 36 meses para que um político tenha uma nomeação e o projeto de lei prevê modificação do prazo para 30 dias.
A aprovação ocorreu no mesmo dia em que Lula anunciou o ex-ministro Aloizio Mercadante como futuro presidente do BNDES, notícia que elevou a percepção de risco fiscal em investidores e especialistas do mercado financeiro, segundo analistas do BTG Pactual Digital.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) aumentou em 0,50 ponto percentual o referencial de sua taxa de juros para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, elevando o custo de crédito para seu maior nível desde 2007.
A alta de 0,50 ponto nesta quarta-feira (13) representa uma redução no ritmo do aperto monetário depois de quatro altas consecutivas de 0,75 ponto percentual, em um movimento agressivo da autoridade monetária para combater a inflação americana, que atingiu seu nível mais elevado em 40 anos no início do ano.
A decisão já era esperada e foi amplamente sinalizada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em suas recentes entrevistas, e também por várias autoridades do banco central americano, à medida que os dados de inflação começaram a dar sinais de desaceleração.
Ontem, o resultado da inflação ao consumidor de novembro no país norte-americano animou o mercado por indicar uma desaceleração da escalada dos preços. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% no último mês, contra projeções de alta de 0,3%.
No Reino Unido, hoje foi divulgado o CPI de novembro, também mostrando desaceleração. A inflação acumulada em 12 meses na região recuou e 11,1% em outubro para 10,7% em novembro. Amanhã é dia do Banco da Inglaterra mexer na sua política monetária, com previsão de alta nos juros.
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