Setor químico é o que mais investe em inovação no país, aponta IBGE
Linha de montagem de uma indústria do setor automotivo. — Foto: Andreas Bauer/IBGE
Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o setor químico é líder em inovação na indústria brasileira. Já o segmento de equipamentos de informática, eletrônicos e óptico é o que mais investe em pesquisa e desenvolvimento.
Os dados são da Pesquisa de Inovação (Pintec) semestral, referentes a 2023, realizada especificamente com as empresas industriais dos setores extrativos e de transformação com 100 ou mais funcionários. Este escopo a difere da Pintec tradicional, realizada a cada três anos junto às empresas industriais com 10 ou mais funcionários e que abrange, além das atividades extrativas e de transformação, os setores de eletricidade e gás e serviços selecionados.
Segundo a pesquisa, a taxa de inovação foi de 70,5% entre as empresas investigadas. Considerando apenas as empresas de grande porte, com mais de 500 funcionários, essa taxa chegava a 76,7%.
Setorialmente, as indústrias químicas lideravam em inovação, com a taxa chegando a 87%, seguidas pelas empresas de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos e de veículos automotores, com taxas de inovação, respectivamente, de 86,5% e 84,7%.
Ao diferenciar a inovação em produtos da inovação em processos de negócios, o IBGE constatou que a segunda é mais frequente na indústria. Enquanto 50,5% das empresas investigadas lançaram algum produto inovador em 2023, 57,9% investiram em novos processos.
Do total de empresas inovadoras, 37,8% implementaram novos produtos e novos processos de negócios simultaneamente.
Dentre as que inovaram em produtos, 65,6% lançaram algo novo para a própria empresa, enquanto 28,9% destinaram o lançamento ao mercado nacional e apenas 5,5%, ao internacional.
Já em relação à inovação em processos, 40,6% focaram na organização do trabalho, 37,5% em práticas de gestão ou relações externas e 33,5% em marketing.
O levantamento mostrou, ainda, que 33,9% das empresas investigadas investiram em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2023. Essa taxa quase dobrou entre as empresas do segmento de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, chegando a 66,6%. O setor químico e o farmacoquímico e farmacêutico aparecem na sequência, com taxa, respectivamente, de 65,3% e 63%.
Para 2022, 37% das empresas inovadoras pretendiam aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, enquanto para 2023 esse percentual chegou a 58,4%.
Outro destaque do levantamento é o percentual de empresas que publicaram relatório de sustentabilidade em 2023 – apenas 12%, das quais 81% foram inovadoras no ano. Entre as empresas de grande porte, chegou a 28,7% o total das que publicaram o relatório.
A pesquisa foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Participam da amostra da pesquisa 1.454 empresas, o que corresponde a cerca 15% das 9.408 do setor industrial extrativo e de transformação com 100 ou mais pessoas ocupadas.
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