InCor faz o 500º transplante de pulmão em paciente com quadro irreversível: 'felicidade e gratidão', diz médico
InCor faz 500 transplantes pulmonares — Foto: Divulgação
No dia que completou 40 anos de carreira, o médico Paulo Pego Fernandes comandou o 500º transplante pulmonar do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), em São Paulo, nesta segunda-feira (19). A paciente de 57 anos recebeu o órgão de outra mulher que deu entrada com morte cerebral no pronto-socorro da mesma unidade.
"Uma situação rara do doador estar no mesmo hospital. A mulher da Grande São Paulo sofreu um infarto agudo do miocárdio e foram feitas todas as tentativas pelas equipes. O coração 'voltou', mas o cérebro não. A família aceitou fazer a doação", explica.
Foi o 500º procedimento em 32 anos, desde o início da série histórica no hospital. Foram mais de 7 horas de cirurgia pulmonar bilateral, quando os dois pulmões são transplantados, segundo Paulo.
A paciente sofria com bronquiectasia, uma doença que causa a dilatação anormal e distorção irreversível dos brônquios, explica Paulo. O caso dela se enquadrava na situação possível para transplante, pontuou o especialista, que são os extremos sem chance de cura do órgão.
A mulher, que não terá a identidade revelada, tinha que conviver com oxigênio e pneumonias frequentes.
"A minha felicidade e gratidão de poder participar desse feito. Gratidão a Deus, a toda equipe multiprofissional e ao InCor", comemora o médico.
2 de 2 Transplante de pulmão em SP — Foto: DivulgaçãoTransplante de pulmão em SP — Foto: Divulgação
Ela deve ter alta depois de três semanas e melhora significa na qualidade de vida, conforme o especialista.
Paulo Pego Fernandes participou como médico recém-formado dos primeiros transplantes no InCor. Dos 500 feitos no hospital, ele auxiliou ou esteve à frente em aproximadamente 400. Ao menos 30 cirurgias pulmonares estão sendo feitas na unidade ao ano.
A equipe responsável pelo procedimento foi chefiada pelo diretor da Divisão de Cirurgia Torácica, Paulo Pego Fernandes, dr. Lucas Matos Fernandes, e os cirurgiões assistentes Luis Gustavo Abdalla e Flavio Pola dos Reis.
Veja abaixo o comparativo entre janeiro a setembro em 2023 e 2022, segundo os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O Ceará não fez transplante em 2023.
Em setembro de 2023, o Incor deu alta ao primeiro paciente com Covid e que passou por transplante de pulmão.
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