Ex-usuária de crack comemora notas no Encceja e fica a um passo do diploma de ensino médio: 'Quero virar assistente soci

Thais quis mostrar à reportagem duas fotos: à esquerda, a que retrata sua vida na cracolândia. À direita, "livre do crack". — Foto: Arquivo pessoal 1 de 1 Thais quis mostrar à reportagem duas fotos: à esquerda, a que retrata sua vida na cracolândia. À direita, "livre do crack". — Foto: Arquivo pessoal

Thais quis mostrar à reportagem duas fotos: à esquerda, a que retrata sua vida na cracolândia. À direita, "livre do crack". — Foto: Arquivo pessoal

Aos 13 anos, Thais Barbosa abandonou a escola pública onde estudava e foi morar nas ruas da zona norte do Rua de Janeiro. Ela buscava uma maneira de conseguir dinheiro para comprar crack.

Compartilhe esta reportagem no WhatsappCompartilhe esta reportagem no Telegram

"Não dava mais para ficar em casa com a minha mãe, porque eu me envolvi com o que não devia. Precisava de droga. Virei pedinte na rua e me prostituí. Até os 25 anos, fui estuprada e agredida mais de uma vez. Tentava fazer planos para sair daquilo, mas aí era muita droga na mente, né? Dormia, esquecia e voltava para a rua", conta.

💥️Hoje, aos 31 anos, Thais está longe da cracolândia. Quer voltar apenas depois de ser aprovada na universidade e se formar como assistente social. "Vou ajudar quem está lá", diz.

O primeiro passo já foi dado: em 2023, ela prestou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), prova voltada para adultos que não concluíram a escola na idade correta. Seu desempenho foi suficiente para conquistar o diploma do ensino fundamental.

Neste ano, fez o teste novamente, buscando o certificado do ensino médio. 💥️Nesta quinta-feira (22), quando recebeu os resultados,💥️ chorou de felicidade ao ver que está perto de conseguir ser aprovada e poder prestar vestibular.

"Só faltou [atingir] a nota de matemática, mas vou entrar na escola [da Educação de Jovens e Adultos - EJA] e tentar de novo", conta.

Thais conheceu seu atual marido em 2017, quando ele ainda era usuário de crack.

"Queríamos sair daquilo e ficar juntos; eu não aguentava mais", diz. "Nós dois fomos para a casa da mãe dele aqui no Rio, mas voltamos a usar droga. Três meses depois, eu engravidei, e aí falei: 'agora, chega'", conta.

O Encceja testa os conhecimentos de candidatos que não se formaram na escola na idade adequada. Se eles obtiverem um bom desempenho na avaliação, conseguirão a certificação do ensino fundamental ou do ensino médio.

Atenção: não é um processo com número limitado de "vagas". Todos os participantes que tirarem no mínimo 100 pontos em cada uma das provas e nota igual ou superior a 5 pontos na redação conseguirão o "diploma" na etapa escolar pretendida.

Neste ano, o Encceja foi aplicado em 28 de agosto, para mais de 547 mil participantes.

Vídeos

O que você está lendo é [Ex-usuária de crack comemora notas no Encceja e fica a um passo do diploma de ensino médio: 'Quero virar assistente soci].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...