Relembre 15 momentos dos debates presidenciais de 2022 na televisão
Candidatos à presidência posam juntos para fotos no estúdio da Globo antes do início de debate no 1º turno — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Candidatos à Presidência da República participaram de cinco debates na televisão em 2022. Os encontros ficaram marcados por trocas de acusações, grosserias, momentos inusitados e – até mesmo – episódios que fizeram o público gargalhar.
Favoritos na disputa, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição, utilizaram boa parte do tempo que tinham para atacar um ao outro, com referências a casos de corrupção e ofensas.
Relembre 15 dos principais momentos dos debates nesta reportagem:
No primeiro debate entre presidenciáveis, realizado pela Band, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) fez ataques à jornalista Vera Magalhães.
Em pergunta a Ciro Gomes (PDT), Vera citou ações de Bolsonaro contrárias à vacinação contra a Covid-19.
Irritado, o presidente foi agressivo, disse que Vera era uma "vergonha para o jornalismo" e que achava que a jornalista dormia "pensando" nele.
Os ataques de Bolsonaro repercutiram entre políticos, entidades de imprensa, jornalistas e autoridades, que repudiaram a fala do então candidato.
No mesmo debate, Bolsonaro direcionou pergunta sobre corrupção a Lula, que demonstrou nervosismo ao responder.
Bolsonaro, por vezes, referiu-se a Lula com o termo "ex-presidiário".
Lula, por sua vez, destacou medidas adotadas ao longo dos governos do PT, que, na avaliação dele, fortaleceram investigações e combates a desvios.
O deputado federal André Janones e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, apoiadores de Lula e Bolsonaro respectivamente, precisaram ser apartados nos bastidores do debate da Band.
Os dois trocaram ataques e quase partiram para a agressão, elevando a temperatura nos estúdios localizados em São Paulo.
Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Lula alegou problemas de agenda e não compareceu ao segundo debate – realizado por um pool de veículos de imprensa nos estúdios do SBT.
A ausência do petista foi criticada pelos concorrentes. "Você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma", disse a candidata Soraya Thronicke (União Brasil).
Ciro Gomes também criticou o não comparecimento do petista.
No mesmo debate, Soraya, ex-aliada de Jair Bolsonaro, procurou provocar o candidato do PL.
Na propaganda eleitoral, a sul-mato-grossense utilizava a imagem de uma onça – animal que é comumente visto no Pantanal. Em um momento, Soraya disse a Bolsonaro: "Não cutuque onça com sua vara curta".
Em outro trecho, recorreu à brincadeira do "o que é o que é".
"O que é o que é? Não reajusta a merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado. Tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de viagra? Não compra vacina para a Covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos? O que é o que é?", indagou a senadora que, na sequência, disse que se referia ao atual governo.
O último debate presidencial do primeiro turno foi realizado pela TV Globo.
O encontro contou com a participação de sete candidatos e começou tenso, com trocas de acusações entre Lula e Bolsonaro e uma batalha de direitos de resposta.
2 de 2 Jair Bolsonaro e Lula durante debate da TV Globo no primeiro turno — Foto: Marcos Serra Lima/g1Jair Bolsonaro e Lula durante debate da TV Globo no primeiro turno — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Uma figura até então pouco conhecida pelo público despertou curiosidade dos telespectadores.
Utilizando vestes de um religioso, o candidato do PTB, que se registrou como Padre Kelmon, atuou como um auxiliar de Bolsonaro no debate.
O político do partido de Roberto Jefferson direcionou questionamentos a Lula e conseguiu irritar o petista.
Os dois bateram boca e foram advertidos por William Bonner.
Kelmon disse que Lula era um chefe de esquema de corrupção. O petista, por sua vez, afirmou que o adversário era um candidato laranja que se fantasiou de padre.
Em um dos trechos mais cômicos do debate, a candidata Soraya Thronicke pareceu ter confundido o nome de Kelmon, a quem chamou de Kelvin e Kelson.
Na sequência, Soraya optou por se dirigir a Kelmon chamando-o de "candidato padre".
Felipe D'Ávila (Novo) lamentou em várias ocasiões o fato de os candidatos Lula e Bolsonaro terem evitado a discussão de propostas e optado por atacar um ao outro.
O candidato do Novo tentou, ao longo do debate, viabilizar-se como um alternativa à polarização entre o petista e o candidato do PL, o que acabaria não conseguindo.
Já nas considerações finais do programa, ele se dirigiu ao púlpito para soltar uma frase de efeito, mas se atrapalhou e, em vez de "que tristeza", afirmou "que tistreza".
O erro, embora pequeno, viralizou nas redes sociais, virou meme e figurinha de WhatsApp.
Passado o primeiro turno, restaram na disputa os candidatos Lula e Bolsonaro, que se encararam pela primeira vez, no segundo turno, no debate realizado pela TV Band.
Assim como nos outros encontros, os adversários trocaram acusações de corrupção. Enquanto Bolsonaro citou os escândalos do mensalão e do petrolão, Lula recorreu às suspeitas de desvios no Ministério da Educação, na compra de vacinas, rachadinhas e orçamento secreto.
Os dois candidatos podiam circular livremente pelo estúdio enquanto respondiam perguntas e faziam suas considerações. Em um dos momentos, Bolsonaro chegou a colocar a mão em Lula, tentando segurá-lo.
Ainda no debate da Band do segundo turno, Bolsonaro mentiu ao dizer que Lula estava acompanhado de traficantes em uma comunidade do Rio de Janeiro.
"O senhor esteve no Complexo do Salgueiro. Não tinha um policial do seu lado, só traficante", afirmou o político do PL.
Lula rebateu, disse que era o único candidato com coragem de visitar uma favela e que o povo do Complexo do Alemão, onde esteve em agenda de campanha, é "extraordinário e trabalhador".
A própria equipe de Bolsonaro avaliou como um erro a declaração do presidente, que precisava ampliar votos nas camadas mais pobres da população para tentar se reeleger.
Faltando dois dias para o segundo turno da eleição presidencial, a TV Globo realizou o último debate entre os candidatos Lula e Bolsonaro.
O embate ocorreu dias depois de o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), bolsonarista de carteirinha, atirar contra policiais federais que cumpriam uma determinação judicial contra ele.
Lula mencionou o caso e disse que Jefferson era um "pistoleiro" de Bolsonaro.
O candidato do PL à reeleição lembrou que o ex-deputado foi o delator do mensalão -- escândalo do primeiro governo Lula -- e aproveitou o gancho para falar de corrupção nas gestões petistas.
No debate da Globo, Bolsonaro também tentou desestabilizar emocionalmente o adversário, como havia feito em embates anteriores.
Desta vez, no entanto, recebeu uma resposta inesperada.
Ao terminar uma fala, Lula, que estava próximo de Bolsonaro, afastou-se em direção à bancada.
Neste momento, Bolsonaro cobrou do candidato do PT que se mantivesse próximo. "Fica aqui, rapaz!", disse Bolsonaro. "Não quero ficar perto de você!", rebateu Lula. A cena viralizou nas redes.
Como ocorreu em outros debates, Lula e Bolsonaro também chamaram um ao outro de mentiroso no debate da TV Globo.
A criticada gestão da pandemia por Bolsonaro e sua equipe foram abordadas por Lula no debate.
O candidato do PL, por sua vez, destacou que o governo comprou vacinas suficientes para vacinar com duas doses toda a população brasileira.
Dentro da temática saúde, Lula criticou a compra pelas Forças Armadas de comprimidos de viagra na gestão Bolsonaro.
O presidente disse, em resposta, que o “viagra é usado para vários tratamentos [...] O viagra é usado para tratamento de próstata”.
Viralizou nas redes sociais o momento do debate da Globo em que William Bonner pediu a palavra para contestar um fala de Bolsonaro sobre o apresentador.
Bolsonaro afirmou que Bonner teria inocentado Lula durante entrevista do Jornal Nacional, o que, além de não fazer sentido, era uma mentira mal-intencionada do candidato do PL.
Bonner explicou que, como jornalista, não diz "coisas" da cabeça, faz afirmações baseadas em fatos e fundamentadas.
Na internet, Bonner foi elogiado pela explicação, feita em uma espécie de direito de resposta. E foi escolhido o "craque do jogo" do debate pelos usuários de redes sociais.
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