Fome, meio ambiente, corrupção: veja comparação dos discursos de posse de Lula em 2003 e 2023

Lula discursa após ser empossado — Foto: REUTERS/Jacqueline Lisboa 1 de 2 Lula discursa após ser empossado — Foto: REUTERS/Jacqueline Lisboa

Lula discursa após ser empossado — Foto: REUTERS/Jacqueline Lisboa

Ao assumir a presidência neste domingo (1º), Luiz Inácio Lula da Silva fez na Câmara dos Deputados um novo discurso de posse exatamente 20 anos depois de ocupar o cargo pela primeira vez, em 2003.

O momento do país e da política era outro, e as duas falas refletem essas diferenças. Mas também há similaridades e temas que se repetem. Veja abaixo um comparativo de como foram abordados por Lula nos dois discursos os seguintes temas:

💥️Veja abaixo os termos mais usados por Lula em seu discurso de 2023:

💥️E, no quadro abaixo, os termos mais usados por ele em 2003:

Em 2003, Lula assumia com a promessa de criar o Fome Zero para erradicar a fome no Brasil.

O programa foi implementado, mas, 20 anos depois, o número de pessoas em situação de fome vem aumentando novamente. Por isso, o tema voltou ao novo discurso de Lula. Ele lembrou da promessa de eliminar a fome feita em 2003 e disse: “Ter de repetir este compromisso no dia de hoje – diante do avanço da miséria e do regresso da fome, que havíamos superado – é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao país nos anos recentes”.

“Nossas primeiras ações visam a resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros, que suportaram a mais dura carga do projeto de destruição nacional que hoje se encerra”, disse ainda, no discurso de 2023.

Quando discursou em 2003, Lula falou bastante sobre combate à corrupção:

“O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu Governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida pública. Não permitiremos que a corrupção, a sonegação e o desperdício continuem privando a população de recursos que são seus e que tanto poderiam ajudar na sua dura luta pela sobrevivência. Ser honesto é mais do que apenas não roubar e não deixar roubar. É também aplicar com eficiência e transparência, sem desperdícios, os recursos públicos focados em resultados sociais concretos"

Em 2023, no entanto, apesar da importância que o assunto teve nas últimas duas décadas no debate público no Brasil, não apareceu na fala do presidente. Lula apenas mencionou que “a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público.”

Cerimônia de posse do Lula em 2003 — Foto: Divulgação/Roberto Stuckert Filho 2 de 2 Cerimônia de posse do Lula em 2003 — Foto: Divulgação/Roberto Stuckert Filho

Cerimônia de posse do Lula em 2003 — Foto: Divulgação/Roberto Stuckert Filho

Em 2003, a Amazônia já sofria um processo acelerado de desmatamento, que seria alvo de medidas do Ministério do Meio Ambiente comandado por Marina Silva. Ainda assim, a região só foi citada no discurso de 2003 como exemplo da diversidade cultural brasileira, não como um recurso natural estratégico a ser protegido.

Em 2003, Lula cita a questão da desigualdade racial ao dizer que “apesar de todas as crueldades e discriminações, especialmente contra as comunidades indígenas e negras, e de todas as desigualdades e dores que não devemos esquecer jamais, o povo brasileiro realizou uma obra de resistência e construção nacional admirável”.

No entanto, não entra em detalhes sobre políticas para dar melhores condições à população negra.

Em 2023, o assunto aparece com mais força. “Não é admissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida de um país construído com o suor e o sangue de seus ascendentes africanos. Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas nas universidades e no serviço público, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura”, disse o presidente neste domingo.

Em 2023, ele voltou ao tema, afirmando que “ficou demonstrado que um representante da classe trabalhadora podia, sim, dialogar com a sociedade para promover o crescimento econômico de forma sustentável e em benefício de todos, especialmente dos mais necessitados”.

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