Dólar sobe e renova máxima desde julho, aos R$ 5,45

Cédulas de dólar — Foto: Pexels 1 de 1 Cédulas de dólar — Foto: Pexels

Cédulas de dólar — Foto: Pexels

O dólar fechou perto da estabilidade nesta quarta-feira (4), com investidores atentos ao anúncio de medidas econômicas pelo novo governo e suas consequências para a saúde das contas públicas.

A moeda norte-americana teve alta de 0,01%, vendida a R$ 5,4523. Com o resultado, o dólar renova máxima desde 22 de julho de 2022 (R$ 5,4977). Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,75%, vendida a R$ 5,4520. Com o resultado, a moeda acumula alta de 3,30% no ano.

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O vaivém de declarações das pastas econômicas do governo Lula tem mexido com os mercados.

No início do dia, os investidores repercutiam declaração feita pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), na terça-feira (3) de que pretendia discutir a "antirreforma" da Previdência, em referência às regras aprovadas em 2023.

"Quero formar comissão quadripartite (...) com uma representação dos sindicatos patronais, com sindicatos dos empregados, com sindicatos dos aposentados e com governo, nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da previdência, discutir com números e com profundidade", disse.

Nesta quarta, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que "não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada" em relação a mudanças nas regras de aposentadorias e pensões.

"Não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada neste momento para a revisão de reforma, seja previdenciária ou outra. Neste momento, não tem nada sendo elaborado. Neste momento, não há nenhuma proposta de reforma da Previdência ou coisa semelhante", disse Costa.

Além disso, os investidores permanecem de olho nas sinalizações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na segunda-feira, ele afirmou que buscará uma "harmonização" entre a política fiscal (contas públicas) e monetária (definição de juros pelo Banco Central).

Haddad também afirmou que o Ministério enviará, no primeiro semestre, proposta de uma nova âncora fiscal para as contas públicas, substituindo o teto de gastos.

Na terça, o secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo, disse à GloboNews que Haddad deve encaminhar ao presidente Lula até a próxima semana o que chamou de "plano de voo" para reduzir o déficit deste ano.

Entre as declarações e ações do novo governo que repercutiram de forma negativa nos últimos dias está a menção de Lula ao teto de gastos em seu discurso de posse — o presidente chamou o mecanismo de "estupidez" e disse que ele seria revogado.

Já o anúncio da prorrogação da isenção de impostos federais sobre os combustíveis e a determinação do presidente de revogar os processos de privatização de oito estatais, entre elas os Correios, também foram mal-recebidos pelo mercado.

No cenário externo, o Federal Reserve (BC dos EUA) divulgou nesta quarta-feira a ata da reunião em que aumentou em 0,50 ponto percentual o referencial de sua taxa de juros para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, elevando o custo de crédito para seu maior nível desde 2007.

Todos as autoridades presentes na reunião de política monetária do Federal Reserve de 13 a 14 de dezembro concordaram que o banco central dos Estados Unidos deveria diminuir o ritmo de seus aumentos agressivos da taxa básica de juros, permitindo que o custo do crédito continue a ser elevado para controlar a inflação, 💥️mas de maneira gradual para limitar riscos ao crescimento econômico.

"A maioria dos participantes (da reunião) enfatizou a necessidade de manter a flexibilidade e a opção ao mudar a política monetária para uma postura mais restritiva", disse a ata.

Para Beto Saadia, economista e sócio da BRA-BS, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que o relatório mensal de empregos do Departamento de Trabalho que divulgado na sexta-feira será um fator importante na próxima decisão de fevereiro.

"Não importa como você analisa o mercado de trabalho, todos dados que a gente enxerga é que eles estão aquecidos. E a continuidade da pressão sobre salário pode fazer voltar a acelerar até outros setores que já estava em processo de desaquecimento", explica.

A atividade empresarial da zona do euro contraiu menos do que inicialmente se pensava no final do ano passado, sugerindo que a recessão do bloco pode não ser tão profunda quanto se temia.

Além disso, dados preliminares mostraram que a inflação na França recuou em dezembro de um recorde no mês anterior, dando seguimento a uma série de dados encorajadores como a melhora dos números de indústria da zona do euro e a desaceleração da inflação na Alemanha.

Isso significa que os preços estão desacelerando mais rápido do que o esperado, o que alivia a pressão sobre os consumidores e empresas.

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