Ibovespa fecha em alta após indicado à presidência da Petrobras negar intervenção no mercado

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Ibovespa — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta quarta-feira (4), com o mercado de olho nas sinalizações do novo governo, e após o indicado para a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates, descartar intervenção direta no mercado para conter o preço dos combustíveis.

O índice subiu 1,12%, a 105.334 pontos. Veja mais cotações.

As ações da Petrobras, por sua vez, estiveram entre as mais negociadas do pregão e fecharam com avanços de 1,94% (ordinárias, com direito a voto) e 2,82% (preferenciais, que têm prioridade no pagamento de dividendos).

No dia anterior, o indicador caiu 2,08%, a 104.166 pontos. Com o resultado desta quarta, o Ibovespa acumula queda de 4,01% nas três primeiras sessões do ano.

Depois de um início de pregão turbulento, os investidores reagiram bem à fala de Prates, que garante que o governo não pretende intervir na política de preços da Petrobras. O indicado à presidência da estatal falou durante a posse do vice-presidente Geraldo Alckmin como chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

"A Petrobras não faz intervenção em preços, ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto. É um contexto. A Petrobras reage a um contexto. A gente vai criar a nossa política de preço para os nossos clientes, para as pessoas que compram da Petrobras", disse.

Ele apontou, no entanto, que os preços terão que refletir "o fato de a gente produzir no Brasil". Assim, o preço local seguirá vinculado ao preço internacional, mas a paridade internacional de preços deverá ser abandonada.

Após a declaração do indicado para o comando da Petrobras, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, passou a operar em alta.

Os investidores repercutiram também declaração feita pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, de que pretende discutir a "antirreforma" da Previdência, em referência às regras aprovadas em 2023 – o que já foi negado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Além disso, os investidores ainda continuaram de olho nas sinalizações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na segunda-feira, ele afirmou que buscará uma "harmonização" entre a política fiscal (contas públicas) e monetária (definição de juros pelo Banco Central).

Haddad também afirmou que o Ministério da Economia enviará, no primeiro semestre, a proposta de uma nova âncora fiscal para as contas públicas, substituindo o teto de gastos.

Na terça, o secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo, disse à GloboNews que o ministro da Fazenda deve encaminhar ao presidente Lula até a próxima semana o que chamou de "plano de voo" para reduzir o déficit deste ano.

Entre as declarações e ações do novo governo que repercutiram de forma negativa nos últimos dias está a menção de Lula ao teto de gastos em seu discurso de posse — o presidente chamou o mecanismo de "estupidez" e disse que ele seria revogado.

Já o anúncio da prorrogação da isenção de impostos federais sobre os combustíveis e a determinação do presidente de revogar os processos de privatização de oito estatais, entre elas os Correios, também foram mal-recebidos pelo mercado.

No cenário externo, o Federal Reserve (BC dos EUA) divulgou nesta quarta-feira a ata da reunião em que aumentou em 0,50 ponto percentual o referencial de sua taxa de juros para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, elevando o custo de crédito para seu maior nível desde 2007.

Todos as autoridades presentes na reunião de política monetária do Federal Reserve de 13 a 14 de dezembro concordaram que o banco central dos Estados Unidos deveria diminuir o ritmo de seus aumentos agressivos da taxa básica de juros, permitindo que o custo do crédito continue a ser elevado para controlar a inflação, mas de maneira gradual para limitar riscos ao crescimento econômico.

"A maioria dos participantes (da reunião) enfatizou a necessidade de manter a flexibilidade e a opção ao mudar a política monetária para uma postura mais restritiva", disse a ata.

Para Beto Saadia, economista e sócio da BRA-BS, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que o relatório mensal de empregos do Departamento de Trabalho que divulgado na sexta-feira será um fator importante na próxima decisão de fevereiro.

"Não importa como você analisa o mercado de trabalho, todos dados que a gente enxerga é que eles estão aquecidos. E a continuidade da pressão sobre salário pode fazer voltar a acelerar até outros setores que já estava em processo de desaquecimento", explica.

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