Biden espera que Câmara consiga 'agir em conjunto' sobre impasse na votação do novo líder

O presidente dos EUA, Joe Biden, fala à imprensa antes de embarcar em Washington, EUA, em 4 de janeiro de 2023 — Foto: REUTERS/Leah Millis 1 de 3 O presidente dos EUA, Joe Biden, fala à imprensa antes de embarcar em Washington, EUA, em 4 de janeiro de 2023 — Foto: REUTERS/Leah Millis

O presidente dos EUA, Joe Biden, fala à imprensa antes de embarcar em Washington, EUA, em 4 de janeiro de 2023 — Foto: REUTERS/Leah Millis

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira (4) que espera que os legisladores consigam trabalhar em conjunto para resolver o impasse para a eleição do líder da Câmara, conhecido como "Speaker", algo que não se via em 100 anos.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vai tentar mais uma vez eleger o seu novo presidente nesta quarta-feira, depois de ter falhado em três rodadas de votação na véspera, em uma sessão marcada por fortes tensões nas fileiras republicanas.

O republicano Kevin McCarthy, favorito para substituir a democrata Nancy Pelosi, não foi capaz de acalmar a revolta de um grupo de apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que o consideram moderado demais.

A Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos após as eleições de meio de mandato em novembro, deve retomar as votações ao meio-dia (14h de Brasília) e um novo candidato não está descartado.

Os republicanos, que obtiveram uma apertada maioria dos assentos na Câmara Baixa, pretendem usar essa vantagem para abrir uma série de investigações que têm como alvo o presidente americano, o democrata Joe Biden, entre elas sobre a forma como ele gerenciou a pandemia de Covid-19.

Mas, antes disso, precisam chegar a um acordo sobre quem irá presidir a Câmara dos Representantes, para que os legisladores possam prestar juramento.

Após o fim da sessão, Trump criticou a agitação dentro do Partido Republicano, pelo qual o magnata pretende disputar novamente as eleições presidenciais em 2024.

"Há tanta turbulência desnecessária no Partido Republicano", postou Trump em sua plataforma Truth Social na terça-feira (3), insistindo em culpar o senador Mitch McConnell pelas divisões, e sem mencionar McCarthy ou o caos da Câmara.

Donald Trump e Kevin McCarthy em foto de arquivo de 14 de janeiro de 2018 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque 2 de 3 Donald Trump e Kevin McCarthy em foto de arquivo de 14 de janeiro de 2018 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Donald Trump e Kevin McCarthy em foto de arquivo de 14 de janeiro de 2018 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

A eleição do titular da Câmara Baixa, conhecido como "speaker", terceira figura mais importante da política americana, requer uma maioria de 218 votos.

McCarthy não alcançou este número após três rodadas de votação devido à oposição de cerca de 20 congressistas partidários de Trump.

A candidatura de McCarthy conta com um apoio amplo dentro do seu partido. De fato, o anúncio de sua indicação na terça-feira no plenário foi recebido com aplausos de pé nas fileiras republicanas.

No início da terceira rodada, o desconforto era palpável. Republicanos mais moderados estavam pedindo a seus colegas que apoiassem McCarthy.

Ao longo das votações, o partido de Biden se uniu em torno da candidatura do líder democrata Hakeem Jeffries, aplaudindo-o sob gritos de "Hakeem, Hakeem, Hakeem!". Mas ele não tem votos suficientes para ser eleito.

A eleição do presidente da Câmara dos Representantes pode ser decidida em horas, ou levar semanas. Em 1856, demorou dois meses.

McCarthy parece estar disposto a fazer concessões aos mais conservadores para evitar que a história se repita, uma vez que, em 2015, a ala mais à direita de seu partido o impediu de ocupar o cargo.

Mas tampouco pode se dar ao luxo de se colocar contra os republicanos moderados. Embora a margem de manobra de McCarthy seja reduzida, no momento ele não tem um adversário forte. Como possível alternativa, circula apenas o nome de Jim Jordan.

Com os republicanos no controle da Câmara dos Representantes, Biden e os democratas perderam poder para aprovar novas iniciativas. O mesmo acontecerá com os republicanos no Senado, onde os democratas são maioria.

Para se alinharem em uma oposição sistemática, os republicanos teriam que estar unidos. No entanto, na votação do orçamento, em dezembro, viu-se alguns votando com os democratas.

Com a eleição do "Speaker", a desunião saltou à vista novamente.

O presidente é cauteloso ao comentar as divisões republicanas. Em caso de paralisação legislativa, o presidente americano deve culpar os republicanos pelo bloqueio, na esperança de se beneficiar politicamente.

Foto da Câmara dos EUA, no Capitólio, em Washington, na madrugada de terça-feira, 8 de novembro de 2022 — Foto: J. Scott Applewhite/AP 3 de 3 Foto da Câmara dos EUA, no Capitólio, em Washington, na madrugada de terça-feira, 8 de novembro de 2022 — Foto: J. Scott Applewhite/AP

Foto da Câmara dos EUA, no Capitólio, em Washington, na madrugada de terça-feira, 8 de novembro de 2022 — Foto: J. Scott Applewhite/AP

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