Após Tebet citar 'dificuldade', Anielle entrega lista de mulheres pretas e diz estudar banco de currículos para

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta quinta-feira (5) que estuda criar um banco com currículos de pessoas pretas que possa ser consultado pelos gestores para preencher vagas nos ministérios do governo Lula.

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A declaração foi dada durante entrevista após a cerimônia em que Simone Tebet assumiu o Ministério do Planejamento.

Anielle falou sobre a ideia em estudo um dia depois de Tebet ter dito que era "difícil" levar mulheres pretas para a Esplanada dos Ministérios, já que muitas são "arrimo de família" (veja detalhes abaixo).

Antes de conceder entrevista, Anielle discursou na cerimônia que marcou o início da gestão de Tebet à frente do Ministério do Planejamento.

"Desejo muita sorte à ministra Simone Tebet, e tenho certeza que a gente fará um trabalho de referência juntas. Pensando na inclusão de mulheres, negros, negras, pobres no orçamento público", disse Anielle.

"Subo aqui também para dizer que já me coloquei à disposição da ministra, e trabalharemos juntas em estratégias que ampliem diversidade na composição dos ministérios. E que seguiremos trabalhando para evidenciar os talentos que o Brasil do futuro produz todos os dias. Eles precisam, elas precisam estar do nosso lado", continuou.

Anielle Franco disse ainda que as mulheres negras sempre estiveram "na linha de frente da construção deste país", e que não será diferente no serviço público. Como exemplo, citou:

A ministra de Igualdade Racial citou ainda a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis.

"[Angela Davis] ensina que quando uma mulher negra se levanta e se alavanca, a gente também move todas as estruturas. E por estarmos na base da pirâmide, é com mulheres negras também à frente que a gente vai conseguir revolucionar este país", finalizou.

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Questionada na quarta-feira (4) sobre quando anunciará a composição do ministério, Simone Tebet disse que só divulgaria os nomes quando a equipe estivesse completa. E citou a dificuldade em garantir a diversidade dessa equipe.

De acordo com Tebet, as mulheres pretas geralmente são arrimo de família (sustentam a casa) e, com isso, fica difícil tirá-las de suas cidades. Ainda segundo a ministra, o salário oferecido no ministério não é bom o suficiente para encorajar a mudança.

"Acho que a gente tem que prezar acima de tudo pela diversidade. Estou indo para uma pasta que hoje ainda é extremamente masculina. Quero não só ter mulheres, mas mulheres pretas", disse Tebet.

"E a gente sabe, lamentavelmente, que mulheres pretas normalmente são arrimo de família. Trazer de fora de Brasília é muito difícil", completou.

Diante da dificuldade em contratar mulheres pretas, ela afirmou que vai demorar um pouco para anunciar nomes da pasta.

"Enquanto eu não tiver esse mapa bonitinho, eu não quero anunciar. Eu faço questão que o ministério dentro do possível tenha de alguma forma a cara do Brasil, que é diversidade", concluiu a ministra.

Antes da posse, Anielle Franco entregou a Tebet uma lista de currículos de mulheres pretas e pardas com experiência nas áreas de orçamento e gestão.

A lista veio do movimento Elas no Orçamento – que, desde o ano passado, reúne currículos de mulheres de todo o país com atuação e especialização nesses setores.

A lista completa do Elas no Orçamento inclui 216 trabalhadoras do setor privado e servidoras públicas das três esferas de governo. Destas, 49 são pardas, e 20, pretas.

O Ministério da Igualdade Racial não divulgou a lista exata que foi entregue a Simone Tebet.

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