O que querem os extremistas republicanos que paralisam a Câmara dos EUA?
O deputado Kevin McCarthy assiste à quarta rodada de votação para um novo presidente da Câmara em Washington, EUA, em 4 de janeiro de 2023 — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein
💥️Apelidados de talibãs, 20 republicanos sequestraram a Câmara de Representantes dos Estados Unidos ao bloquearem a eleição do líder da maioria, Kevin McCarthy, impedindo que ele alcance os 218 votos necessários para se tornar o presidente da Casa.
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Em seis votações, essa minoria radical do partido 💥️empurrou o líder para o limbo e impôs a 💥️desordem na estreia da legislatura.
O grupo rebelde expõe sem pudor a realidade disfuncional do partido e se alinha ao 💥️House Freedom Caucus, a sua ala mais extremista, criada em 2015 com o slogan “Washington não nos representa”. O grupo antissistema é moldado no Tea Party, que em 2010 também levou o partido a uma guerra interna e à derrota do então presidente da Câmara, John Boehner.
Os dissidentes de extrema direita💥️ pregam ainda o reforço da fronteira dos EUA com o México, o corte de fundos, a eliminação de impostos federais sobre a renda e a sua substituição por tributos sobre o consumo.
Neste sentido, Kevin McCarthy é considerado por eles um representante leal ao sistema que rejeitam.💥️ Um levantamento publicado pelo jornal “The New York Times” revela, sem surpresa, 💥️a lealdade do grupo a 💥️Donald Trump.💥️ Quinze dos 20 foram apoiados pelo ex-presidente nas eleições de meio de mandato. A grande maioria reverbera a tese de que a vitória de Joe Biden, em 2023, foi roubada.
💥️O ex-presidente, contudo, manifestou apoio a McCarthy e ao fim do caos, após ele ter sido derrotado em três rodadas de votação.💥️ Os radicais não lhe deram ouvidos e prosseguiram com o desafio, num 💥️indício de que Trump pode também estar perdendo sua área de influência.
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2 de 2 Membros do grupo Freedom Caucus conversam durante sessão na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 3 de janeiro de 2022. — Foto: Andrew Harnik/ AP
Membros do grupo Freedom Caucus conversam durante sessão na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 3 de janeiro de 2022. — Foto: Andrew Harnik/ AP
Necessitado de votos, o líder da maioria republicana fez várias concessões aos dissidentes, certa vez qualificados pelo antecessor John Boehner como "terroristas legislativos". McCarthy cedeu, cedeu e se enfraqueceu. Não há prognóstico favorável a ele, ainda que desbloqueie o impasse.
As sucessivas e desgastantes votações em busca de um presidente da Câmara lembram um novo dia da marmota, como bem resumiu no plenário a deputada Kat Cammack, da Flórida. Sem comando, o partido que detém a maioria na Casa se arrisca à disrupção definitiva. Sem presidente da Câmara, não há atividades legislativas. É só bagunça.
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