Gravações inéditas revelam planos da quadrilha do Faraó dos Bitcoins para matar concorrentes do mercado de criptomoedas, diz MP
A GloboNews teve acesso a trechos inéditos da investigação do Ministério Público do Rio que revelou os planos de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, para eliminar a concorrência no mercado de criptomoedas. A denúncia aceita pela Justiça também detalha a participação de Ricardo Rodrigues Gomes, o Piloto. Ele já foi condenado por tráfico internacional de drogas, acusado de fazer parte da quadrilha do traficante colombiano Pablo Escobar.
Glaidson, Piloto e outras 15 pessoas foram denunciadas por organização criminosa. Entre os denunciados estão policiais civis e uma delegada da Delegacia de Defraudações, acusados de receber propina para direcionar operações contra uma empresa de investimentos.
Os criminosos inclusive estiveram várias vezes na Cidade da Polícia para negociar com os policiais. E, segundo o Ministério Público, conseguiram corromper cinco agentes e uma delegada.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do MPRJ), na organização chefiada pelo Faraó dos Bitcoins, Piloto era o responsável pelo monitoramento das vítimas e pela contratação dos assassinos.
Em um áudio recuperado pelos investigadores, Piloto dá detalhes sobre o monitoramento de um alvo escolhido por Glaidson: "Já planilharam tudo. Rua pra sair, tudo, rua onde não tem câmera, tudo, tudo, tudo".
Em outra gravação, ele diz que os pistoleiros estão precisando de dinheiro para seguir com o trabalho de espionagem: "Pagamento só no final, ok? Agora é só merreca pra aluguel de carro e despesa de dois dias ou três. Só isso".
Piloto está foragido e já entrou na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Glaidson vai ser transferido a qualquer momento para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele está preso desde agosto de 2023, acusado de chefiar um esquema que movimentou R$ 38 bilhões e lesou milhares de investidores em criptomoedas.
Em uma mensagem obtida pelo MPRJ, segundo os investigadores, Glaidson dá o sinal verde para uma execução:
A denúncia também traz um áudio gravado por um dos pistoleiros contratados pela quadrilha. O assassino diz que um alvo foi poupado porque estava com a família: "O trabalho vai ser feito com 100% de segurança, entendeu? O que acontece, ele não largou da esposa e nem a filha hoje. Ficou praticamente direto. Então, com mulher e filha a gente não mexe".
Glaidson dos Santos é réu por duas tentativas de homicídio e pelo assassinato do empresário Wesley Pessano, que também atuava no mercado das criptomoedas. Assim como os outros alvos, a vítima também foi monitorada pela quadrilha. Fotos e vídeos da rotina do empresário foram recuperados de trocas de mensagens entre os integrantes da organização criminosa. Pessano foi assassinado a tiros, em agosto de 2023, quando dirigia um Porsche em São Pedro D'Aldeia.
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