Mulher agredida por bolsonarista no Centro de SP tentou defender jornalista de 83 anos; deputado pede identificação de agressor

A mulher que foi agredida na tarde da última sexta-feira (6) por um homem que participava de uma carreata de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Higienópolis, no Centro de São Paulo, tentava defender Tellé Cardim, jornalista de 83 anos.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) prestou solidariedade às vítimas e exigiu "imediata investigação e punição dos responsáveis pelos ataques" (💥).

Diante dos fatos, o deputado estadual Emídio de Souza (PT) encaminhou ofícios à diretoria do Departamento de Polícia Judiciária da Capital, à Procuradoria Regional do Ministério Público Federal e à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo com os seguintes pedidos:

"Convém ressaltar que o agressor é parte do movimento extremista que não reconhece o novo Governo Federal eleito e empossado e que, desde o pleito, têm provocado baderna e violência política. O Brasil é uma sociedade democrática onde todos têm o direito de expressar livremente seus posicionamentos políticos e não pode, jamais, compactuar com cenas de violência política como esta", afirmou o deputado no documento.

"Eu estava voltando para casa quando vi umas quatro pessoas tentando agredir essa senhora que estava na calçada hasteando uma bandeira do Lula. Eu corri para tentar ajudar, e veio esse outro homem na minha direção. Quando vi que ele estava com um objeto na mão que parecia um canivete, eu recuei. Mas aí ele me pressionou na grade, veio para cima do meu rosto", disse Debora.

Segundo a vítima, os policiais presenciaram toda a agressão, mas apenas escoltaram o homem de volta ao seu carro.

"Os policiais fingiram que não viram nada, escoltaram o agressor para dentro do carro e liberaram ele. Protegeram o agressor. Quando eu e quem estava em volta fomos reclamar, eles disseram para me acalmar porque estava muito nervosa. Foi absurda a reação", afirma.

Em nota, a Polícia Militar afirmou "que foi acionada para atender a uma ocorrência de agressão, na Avenida Angélica. No endereço indicado, uma equipe constatou que houve desentendimento entre as partes, mas a situação teria sido resolvida. Por este motivo, não houve detenções".

Debora afirma que não foi orientada pelos policiais a registrar o Boletim de Ocorrência no momento, mas que entregará as imagens que ajudam a identificar o suspeito à Polícia Civil.

Também por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que um inquérito policial foi instaurado para identificação e responsabilização do agressor que aparece nas imagens. Disse ainda que a conduta dos agentes envolvidos diretamente no atendimento da ocorrência está sendo apurada.

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