Secretário da Educação de SP diz que estado irá ampliar ensino profissionalizante e não pretende aumentar escolas de tempo integ
Renato Feder, secretário da Educação em São Paulo, disse nesta quarta-feira (11), que a gestão estadual quer levar o ensino profissionalizante para as escolas regulares e não pretende seguir com a expansão das escolas de tempo integral, alavancada na gestão anterior.
"Infelizmente, em São Paulo, aproximadamente 10% dos alunos da escola pública do Ensino Médio estão estudando uma profissão junto. Esse número é muito baixo. A gente quer ampliar a educação profissional."
Ele negou que a proposta acabe por não capacitar o estudante para ingressar nas faculdades e limitar o acesso dessa população ao ensino superior.
"Não, isso é muito comum em países desenvolvidos. O estudante faz o ensino técnico, ele já tem uma profissão. Ele pode ir pra faculdade, muitos deles acabam ido. O jovem de 16, 17 anos, ele quer trabalhar."
1 de 1 Renato Feder, secretário de Educação de SP — Foto: Reprodução/TV GloboRenato Feder, secretário de Educação de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Proposta de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ampliação do ensino integral, entretanto, não é prioridade para o secretário.
Ao Bom Dia SP, Feder afirmou que a pasta irá analisar primeiro a efetividade do aprendizado antes.
"De cara, não pretendo aumentar esse número. Eu preciso cuidar da qualidade e execução dessas escolas. A gente precisa ver o seguinte: os alunos estão aprendendo? Esse tempo a mais está sendo efetivo? A gente tem que garantir que esse tempo adicional que o aluno fica, em um período de 7 ou 8 horas, que ele esteja sendo efetivo, aprendendo disciplinas novas, úteis para ele. E após essa efetividade a gente vai conversar sobre novas ampliações de escolas em tempo integral."
Feder já foi diretor executivo e é acionista de uma empresa de tecnologia que tem contrato vigente com a secretaria estadual de Educação.
Questionado sobre o assunto, ele disse não ver conflito de interesses e afirmou que os contratos foram firmados pela gestão anterior.
"Foi a administração anterior, comprou computadores de quatro empresas, a Samsung, Positivo, Lenovo e a Multilaser, a gente está recebendo esses materiais".
"A empresa que eu fui presidente no passado, desde 2017 eu saí dessa empresa, ela não vai mais vender para o governo enquanto eu estiver no governo."
Embora não seja mais presidente, o secretário segue como acionista. "Não estou no bloco de controle. Eu estava até novembro (...) Qualquer pessoa pode comprar ações na bolsa, agora eu tenho essas ações."
Ele também afirmou que será criado um comitê independente, junto com o Conselho Estadual de Educação, para que a fiscalização das empresas seja feita.
Durante a entrevista, o secretário disse que o projeto do governo é garantir acesso à internet e tecnologia de todos os alunos da rede pública de ensino. Apesar da promessa, ele não deu prazo para a implementação.
"Não é desde já. As aulas começam dia 3 de fevereiro e eu assumi há 11 dias. Mas é um compromisso. Eu vou fazer o máximo que a implantação seja a mais rápida. Estamos em um projeto de 4 anos."
"A gente quer entregar uma educação que seja equivalente a uma das melhores educações do mundo, de primeiro mundo. São alunos aprendendo empreendedorismo, oratória, disciplinas que atraiam o aluno com tecnologia e efetividade. É possível fazer isso e vamos buscar isso".
Natural de São Paulo, Feder é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele foi professor, gestor e diretor de escolas.
Feder também atuou como assessor voluntário por oito meses na Secretaria de Educação de São Paulo.
No Paraná, foi anunciado por Ratinho Junior ainda em 2018.
Feder defende um projeto de parcerias com empresas privadas para a gestão de escolas da rede pública de ensino.
Para 2023, o Governo do Paraná abriu em edital para selecionar empresas para auxiliarem na gestão educacional de 27 escolas estaduais.
Foi também na gestão de Feder que ocorreu a implantação de escolas cívico-militares no Paraná.
Além disso, conforme o governo, o secretário atuou na implantação de aulas de programação, empreendedorismo e educação financeira no currículo estadual.
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