Tarcísio nomeia como assessor na Administração Penitenciária PM da reserva envolvido no 'Massacre do Carandiru'
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nomeou para o cargo de assessor técnico de gabinete na Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) o coronel da reserva da Polícia Militar Sérgio de Souza Merlo, que foi citado no processo do massacre que matou 111 presos no Carandiru pelo crime de lesão corporal. O massacre do Carandiru aconteceu há 30 anos em São Paulo.
Com a exoneração de Marcelo Zanchetta, Merlo apareceu no Diário Oficial no sábado (14) como nomeado. Em nota, a SAP afirmou que as nomeações da pasta são realizadas “exclusivamente com base em critérios técnicos”.
“Sérgio de Souza Merlo é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e tem mais de trinta anos de experiência na Administração Pública", diz o comunicado.
Sérgio aparece no Portal da Transparência como coronel da Polícia Militar aposentado. A última remuneração, em dezembro, foi de R$ 30.984,41 brutos, num total de R$ 23.516,53 líquidos.
Segundo fontes do Ministério Público (MP), a Justiça chegou a tornar Sérgio réu no processo por lesão corporal contra presos da Casa de Detenção. Mas ele nem chegou a ser julgado por que o crime prescreveu. Pela lei, lesão corporal prescreve após 12 anos.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-S), em 26 de junho de 2014 a punibilidade de Sérgio foi extinta por prescrição.
2 de 2 PMs entrando no Carandiru em 1992 — Foto: TV Globo/Arquivo
PMs entrando no Carandiru em 1992 — Foto: TV Globo/Arquivo
Em 2 de outubro de 1992, a Polícia Militar invadiu o Pavilhão 9 da Casa de Detenção, na Zona Norte da capital paulista, para tentar conter uma rebelião de presos que era transmitida ao vivo pela TV. Vinte minutos depois, a confusão terminou dentro do presídio com mais de cem detentos mortos a tiros ou facadas.
Os PMs alegaram ter atirado em legítima defesa para se proteger dos presos que, segundo eles, estavam armados com revólveres e facas e os ameaçavam. Para o Ministério Público, no entanto, os policiais executaram os detentos, que já estava rendidos.
Ainda não houve um desfecho do caso na Justiça.
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