BTG e Bradesco estão entre bancos mais expostos à Americanas

Unidade das Lojas Americanas, em Sorocaba (SP), fechada após expediente — Foto: Eduardo Ribeiro Jr./g1 1 de 2 Unidade das Lojas Americanas, em Sorocaba (SP), fechada após expediente — Foto: Eduardo Ribeiro Jr./g1

Unidade das Lojas Americanas, em Sorocaba (SP), fechada após expediente — Foto: Eduardo Ribeiro Jr./g1

BTG Pactual, Bradesco e Santander Brasil estão entre os mais expostos à dívida da Americanas, mostraram estimativas de analistas na segunda-feira (16), depois que a varejista obteve uma liminar protegendo-a dos credores.

Analistas do JPMorgan e do Citi disseram que o Bradesco tinham a maior exposição nominal à empresa, enquanto o BTG Pactual liderava a exposição como proporção dos empréstimos.

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A Americanas revelou na semana passada que detectou R$ 20 bilhões em "inconsistências contábeis". Seu presidente- executivo e diretor financeiro renunciaram. As ações da varejista caíram quase 80% até agora neste ano.

Um juiz deu prazo de 30 dias para que a empresa peça recuperação judicial. No sábado, o BTG recorreu da decisão que protege a Americanas dos credores, atacando os acionistas da varejista, um trio de bilionários e fundadores da 3G Capital.

Nesta segunda-feira, Bank of America e BV também recorreram da decisão, segundo o jornal O Globo. Nenhum dos bancos respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Considerando estimativas do JPMorgan e do Citi, o BTG tinha exposição de R$ 1,9 bilhão à Americanas, o que representava cerca de 1,5% dos empréstimos, enquanto o Bradesco tinha exposição de R$ 4,7 bilhões, ou 0,5% dos empréstimos. O Santander Brasil tinha R$ 3,7 bilhões, ou cerca de 0,6% dos empréstimos.

"Achamos que o impacto de nossa cobertura pode variar de 1% a 7% no lucro líquido e de 0,1% a 1% em termos de patrimônio", disse o Citi, observando que Santander Brasil, BTG e Bradesco seriam os mais afetados em ambas as contas.

Sergio Rial, o ex-presidente-executivo da Americanas que revelou as inconsistências contábeis, é ex-chefe do Santander Brasil, onde ainda atua como presidente do conselho.

"Com base em casos corporativos anteriores no Brasil, acreditamos que os bancos devem começar a provisionar cerca de 30% disso, o que pode eventualmente aumentar", disse o JPMorgan.

De acordo com o Valor Online, o BTG Pactual foi mais uma vez à Justiça e pediu o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em aplicações da Americanas no banco, como garantia de pagamento antecipado de dívidas, após uma negativa no fim de semana pelo desembargador de plantão.

O pedido foi novamente negado no fim da noite de segunda-feira (16) com o argumento de que o BTG possui “notório patrimônio líquido” de mais de R$ 42 bilhões, com valor de mercado próximo aos R$ 85,18 bilhões, e que, por isso, não haveria maior prejuízo ao banco.

As ações do BTG caíram mais de 4% na segunda-feira, enquanto as do Santander Brasil e do Bradesco caíram mais de 3% cada, ante queda de 1,5% do Ibovespa.

As ações da Americanas despencaram 38,4%, para R$ 1,94, na segunda-feira.

Levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, a pedido do 💥️g1, mostra que a Americanas já perdeu R$ 64 bilhões em valor de mercado desde sua máxima histórica, em agosto de 2023.

A Moody's cortou a classificação da varejista para "Caa3", colocando-a sob revisão para um novo rebaixamento.

A S&P cortou a nota de crédito da Americanas de ‘B’ na escala global para ‘D’ (default geral) e rebaixou as classificações de emissão das dívidas “senior unsecured” da varejista de “B” para “D”, retirando os ratings de recuperação.

As ações da Americanas despencaram na bolsa de valores na quinta-feira (12) depois que a empresa publicou comunicado em que diz que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões.

Em outras palavras, a Americanas percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.

A empresa publicou documento em que afirma que a correção das inconsistências contábeis, cujo valor foi estimado em cerca de R$ 20 bilhões, levará à revisão dos resultados financeiros de anos anteriores. Segundo a Americanas, os números referentes ao grau de endividamento e seu ao capital de giro serão alterados.

Isso levará ao descumprimento de contratos e ao vencimento antecipado e imediato de dívidas. De acordo com o documento judicial, o montante de dívidas pode chegar a R$ 40 bilhões.

Uma decisão judicial de sexta-feira (13) determina, entre outras medidas, a interrupção de quaisquer cláusulas contratuais que imponham o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. O documento também pede que qualquer valor recebido pelos credores por causa desse assunto seja devolvido à empresa.

Pela cláusula de vencimento antecipado, os bancos para os quais a Americanas deve poderiam pegar o dinheiro existente em contas correntes e de investimentos. Se isso acontecesse, a empresa quebraria.

Também na sexta, a Justiça deu prazo de 30 dias para que a empresa avalie se vai pedir recuperação judicial.

Raio-X da Americanas — Foto: g1 2 de 2 Raio-X da Americanas — Foto: g1

Raio-X da Americanas — Foto: g1

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