PM afirma que perdeu registros que poderiam ajudar a solucionar suposta execução envolvendo Queiroz e Adriano da Nóbrega em 2003
A Polícia Militar afirma que perdeu documentos que podem ajudar a solucionar uma suposta execução cometida durante uma operação do 18º BPM (Jacarepaguá) na Cidade de Deus em 2003. A vítima foi o técnico de refrigeração 💥️Anderson Rosa de Souza.
1 de 5 Anderson com os 2 filhos: viúva falou que moradores disseram que ele foi executado — Foto: Reprodução/TV GloboAnderson com os 2 filhos: viúva falou que moradores disseram que ele foi executado — Foto: Reprodução/TV Globo
Na operação, estavam 💥️Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, atualmente senador, e 💥️Adriano da Nóbrega, morto em operação na Bahia em 2023.
2 de 5 Fabrício Queiroz na varanda em prisão domiciliar em 2023 — Foto: Reprodução/GloboNewsFabrício Queiroz na varanda em prisão domiciliar em 2023 — Foto: Reprodução/GloboNews
Os documentos, obtidos com exclusividade pela GloboNews, mostram que, questionada pelo Ministério Público do Rio, a PM afirmou que perdeu todos os documentos do batalhão entre 1994 e 2003.
Se o caso não for elucidado até maio, o crime vai prescrever sem nenhuma punição.
Em 2023, o Ministério Público citou a "grande probabilidade" de a ação policial ter resultado na execução. As falhas no inquérito já foram apontadas pelo MP em 2023.
Queiroz também foi acusado de participar do esquema da "Rachadinha", na Assembleia Legislativa do Rio.
Adriano da Nóbrega foi acusado de chefiar uma quadrilha de milicianos e matadores de aluguel na Zona Oeste do Rio.
3 de 5 Miliciano e ex-capitão do Bope Adriano foi morto em operação da polícia na Bahia em 2023 — Foto: ReproduçãoMiliciano e ex-capitão do Bope Adriano foi morto em operação da polícia na Bahia em 2023 — Foto: Reprodução
Até hoje, o MP não sabe se o tiro partiu da arma de Queiroz ou de Adriano.
4 de 5 Anderson Rosa de Souza foi morto na Cidade de Deus, em 2003; Queiroz e Adriano são investigados — Foto: Reprodução/TV GloboAnderson Rosa de Souza foi morto na Cidade de Deus, em 2003; Queiroz e Adriano são investigados — Foto: Reprodução/TV Globo
Em 15 de maio de 2003, Adriano e Queiroz, acompanhados de mais três policiais, fizeram uma incursão na Cidade de Deus, em um endereço de um suposto ponto de venda de drogas.
No local, contam que foram recebidos a tiros e revidaram. Anderson foi baleado três vezes e teria chegado morto ao hospital. Ele não tinha passagem pela polícia.
Segundo Queiroz e Adriano, foi apreendida no local uma bolsa com cocaína e uma pistola. Na época, eles prestaram depoimento no batalhão, entregaram os fuzis usados no dia e voltaram a trabalhar normalmente.
O caso foi registrado como auto de resistência, quando a polícia atira em alguém que resiste à abordagem e coloca a vida dos agentes em risco.
5 de 5 Perícia apontou que Anderson morreu com 3 tiros, 2 deles pelas costas — Foto: Reprodução/TV GloboPerícia apontou que Anderson morreu com 3 tiros, 2 deles pelas costas — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo a perícia, Anderson morreu com três tiros. Dois deles atingiram as costas do técnico de refrigeração.
Em documentos obtidos pela GloboNews, a PM conta que fez as buscas pelos documentos, sem sucesso.
"Foram realizadas buscas nos arquivos da Reserva Única de Material Bélico (RUMB) e no arquivo desta unidade operacional, no intuito de encontrar os livros de partes diárias referentes aos períodos em que os militares supramencionados fizeram parte do efetivo do 18º BPM, sem obter êxito em encontrar registros e documentos dos períodos requeridos", disse a corporação.
A Secretaria de Polícia Militar diz que o problema foi causado por uma grande chuva em 2010💥️
Robson Rodrigues, coronel da reserva da PM e ex-chefe de Estado Maior da Polícia Militar do Rio, explica que o material que sumiu guardava informações importantes sobre ocorrências e armamentos.
"Primeiro, a identificação do policial que utilizou determinado armamento. Existe um número de registro de cada armamento, aquele policial usou, tem o horário que ele usou, e a munição, se ele utilizou a munição no serviço ou não. Ao final do serviço, ele tem que retornar com isso, para fazer a chamada baixa do armamento. Se ele tirou 10 munições e voltou com cinco, subentende-se que ele usou aquela arma com cinco munições", explicou.
De acordo com Breno Melaragno, especialista em direito criminal, o prazo pode ser interrompido se uma eventual denúncia contra os acusados for aceita pela Justiça.
"A primeira ocasião em que essa contagem é interrompida é no chamado recebimento da denúncia. Por que? Porque o crime foi esclarecido, a acusação foi feita e o judiciário acatou a acusação para instaurar o processo, a ação penal."
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