Bebê que nasceu em ônibus no Rio é retirado da família por ordem da Justiça; 'Tomaram meu filho', diz mãe

Dois dias após nascer em um ônibus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o bebê foi retirado da família e levado para um abrigo por determinação da Justiça.

Camila, a mãe do bebê, contou que foi obrigada a entregar a criança na quarta-feira (21), ainda na maternidade. A partir daí, ela afirma que não teve mais nenhuma informação.

Camila Santos de Souza, mãe de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 3 Camila Santos de Souza, mãe de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo

Camila Santos de Souza, mãe de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo

Os pais, Camila e Wagner, são moradores da comunidade do Tirol, na Freguesia, também na Zona Oeste. Eles estão desempregados e são pais de mais três crianças, de 7, 5 e 2 anos - todas sem registros de nascimento.

Com isso, elas são impedidas de ter acesso a alguns direitos, como estudar. Os pais admitem que o Conselho Tutelar havia procurado a família, há cerca de três anos, para exigir a regularização da situação.

Wagner Sarmento Júnior, pai de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 3 Wagner Sarmento Júnior, pai de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo

Wagner Sarmento Júnior, pai de Miguel — Foto: Reprodução/TV Globo

“Se eu parasse para ir tirar o documento, ia faltar o almoço, a janta. Então eu escolhi o alimento à minha família. Eu vou correr atrás, eu não vou deixar minha família com fome”, explicou Wagner, que também está sem os documentos — eles teriam se incinerado em um incêndio.

Especialistas ouvidos pelo💥️ RJ2 afirmaram que uma criança só é retirada dos pais em casos excepcionalíssimos.

Casal com o bebê logo após o nascimento em um ônibus na Barra da Tijuca. Estudante de curso técnico de enfermagem ajudou no parto — Foto: Daniella Dias/ TV Globo 3 de 3 Casal com o bebê logo após o nascimento em um ônibus na Barra da Tijuca. Estudante de curso técnico de enfermagem ajudou no parto — Foto: Daniella Dias/ TV Globo

Casal com o bebê logo após o nascimento em um ônibus na Barra da Tijuca. Estudante de curso técnico de enfermagem ajudou no parto — Foto: Daniella Dias/ TV Globo

A 💥️Secretaria Municipal de Saúde informou que comunicou ao Conselho Tutelar o fato de três filhos do casal não possuírem registro civil, não estarem vacinados nem matriculados em escolas.

A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) afirmou que o Conselho Tutelar da Taquara acolheu o bebê por determinação da Justiça.

A SMAS disse ainda que, em 2023, o Conselho Tutelar já tinha sido acionado por outra unidade de saúde municipal, por causa de outra criança da família. A nota afirma que, nessa época, a família foi notificada, mas não atendeu às medidas impostas.

A nota não explica se a família foi procurada novamente pelo conselho depois disso.

O Tribunal de Justiça não divulgou informações porque o caso envolve menores de idade e o processo corre em segredo de justiça.

Camila deu à luz dentro de um ônibus na última segunda-feira (16) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Uma estudante do curso de técnico em enfermagem ajudou no parto. Wagner, o pai da criança, passar mal no meio da confusão e chegou até a desmaiar.

Percebendo a mulher em trabalho de parto, o motorista desviou a rota e levou a mãe, o bebê e o pai para o CER Barra, no Hospital Lourenço Jorge.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que o ônibus parou na frente da unidade e a passageira, a criança e o pai foram atendidos pela equipe de plantão.

O neném nasceu com 3,6 kg.

No dia, todos foram atendidos na unidade e, depois, a mãe e o bebê foram encaminhados para a Maternidade Leila Diniz, local em que a mãe teve o último contato com o bebê, antes dele ser recolhido pelo Conselho Tutelar.

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