CNI apoia permanência de Josué Gomes na presidência da Fiesp
O empresário Josué Gomes da Silva, atual presidente da Fiesp, no Senado, em imagem de julho de 2023 — Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado
A presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) está envolta em um imbróglio há uma semana, após uma assembleia da entidade, liderada por opositores, aprovar a destituição de Josué Gomes do cargo de presidente. Nesta segunda (23), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviou uma carta à entidade paulista em apoio à permanência de Gomes no cargo.
No documento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, diz que "manifesta apoio irrestrito e incondicional" ao empresário, que apoia o "processo democrático" das escolhas de líderes de entidades e que a "indústria nacional tem pressa na reindustrialização do Brasil".
"Como já manifestado em posicionamentos anteriores, a CNI respeita o estado democrático de direito, e os processos legais de escolhas de presidentes e de líderes para cumprir, pelo voto, a vontade da maioria", diz.
"A CNI reconhece que o empresário Josué Gomes da Silva, presidente eleito da Fiesp, tem papel estratégico na condução dessa agenda positiva. Ele tem toda a capacidade, além do respeito e do reconhecimento de seus pares, para trabalhar e elevar o potencial das indústrias paulistas e do Brasil ao patamar desejável para o crescimento e para o desenvolvimento do país", conclui Andrade.
Na última quinta (19), três dias após a oposição de Josué Gomes votar por sua destituição do cargo, a Fiesp emitiu uma nota afirmando que Gomes seguia como presidente. A decisão pelo afastamento também não é reconhecida pela defesa do empresário.
Na última sexta (20), opositores se reuniram e anunciaram a posse de Elias Miguel Haddad como presidente interino. Em resposta, o presidente da Fiesp emitiu um comunicado interno a funcionários dizendo que a nomeação do substituto não é válida e que os responsáveis pelos atos sofrerão consequências.
A assembleia que decidiu pelo afastamento de Gomes, realizada no dia 16 de janeiro, teve clima acalorado. Segundo relatos de participantes, na primeira etapa da reunião, após as 14h30, Josué Gomes defendeu pontos de sua gestão.
Uma primeira votação foi feita para definir se o conselho iria aceitar ou não as alegações de defesa dele. Dos cerca de 90 votantes, 60 foram contrários aos apontamentos do presidente e 24, favoráveis.
Segundo relatos, após nova tentativa dos participantes de colocar sua destituição em votação, Josué decidiu encerrar a primeira sessão, após as 19h.
Na sequência, os representantes que permaneceram em assembleia decidiram abrir uma segunda sessão – previamente marcada para o mesmo dia. Essa, no entanto, não contou com a presença do presidente, que se retirou.
Nesse momento, foi realizada a votação pela destituição, já com menos participantes. Foram 47 votos a favor do afastamento de Josué, um voto contra e duas abstenções.
Na noite de quarta-feira (18), integrantes do comitê que organizou o ato pela democracia realizado em 11 de agosto do ano passado publicaram uma nota de solidariedade a Josué Gomes.
No texto, os membros do comitê pró-democracia manifestaram “indignação com a insidiosa tentativa de afastamento de Josué Gomes”, que teria sido “perpetrada por alguns representantes de sindicatos patronais da entidade”.
Durante a votação de afastamento de Gomes, uma parte dos representantes de sindicatos manifestou descontentamento sobre o apoio do então presidente ao ato de 11 de agosto.
O grupo afirmou que “a participação de Josué Gomes na defesa da democracia foi essencial para que as eleições de 2022 ocorressem dentro da normalidade, devendo ser motivo de orgulho para a classe empresarial brasileira”.
💥️Assinam o documento:
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