Dias antes do anúncio para novas medidas na Cracolândia, usuários colocam fogo em lixeiras, bloqueiam rua e tentam invadir comér

Usuários de crack colocam fogo em lixeiras, bloqueiam rua e tentam invadir comércios em SP — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 3 Usuários de crack colocam fogo em lixeiras, bloqueiam rua e tentam invadir comércios em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Usuários de crack colocam fogo em lixeiras, bloqueiam rua e tentam invadir comércios em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

O governo do estado e a Prefeitura de São Paulo vão lançar um novo plano para tentar solucionar o problema da Cracolândia, que há décadas causa transtornos aos moradores da região central. E faltando dois dias para o anúncio, mais um confronto entre os usuários de drogas e a Guarda Civil Metropolitana foi registrado nas ruas dos Gusmões e Vitória.

Usuários colocaram fogo em lixeiras e fizeram bloqueios para impedir que guardas civis transitassem pela região. Ao menos dois comércios foram alvo de tentativa de invasão.

Vídeos gravados por moradores mostram o momento que os usuários bloqueiam as ruas por volta das 21h. Os moradores contaram que a Guarda Civil foi chamada e dispersou o grupo com bombas.

"Simplesmente impossível dormir. A gente convive com sujeira de fezes, urina, mau cheiro. Não tem uma fiscalização com o lixo. O pessoal vem e descarta ali nas esquinas. Eles vêm, reviram o lixo e vira uma confusão. Fica muito ruim. Está muito difícil ficar aqui”, diz Elisabeth Costa.

Cracolândia em SP — Foto: TV Globo 2 de 3 Cracolândia em SP — Foto: TV Globo

Cracolândia em SP — Foto: TV Globo

O novo pacote de medidas para combater o uso de drogas na região será mais uma tentativa das autoridades de colocar fim a um problema que há décadas espera por uma solução efetiva.

As ações serão apresentadas pelo vice-governador, Felício Ramuth, que coordena um grupo de várias secretarias: saúde, segurança pública e assistência social. As pastas vão apresentar um diagnóstico da situação atual e o que fazer daqui para frente.

O 💥️SP1 apurou que vai ter:

O prefeito Ricardo Nunes sugeriu a internação compulsória, que é feita mesmo contra a vontade do usuário e sem prazo definido de internação.

"Nós não seremos contra uma indicação médica. Mas o que a gente vai fortalecer são as internações voluntárias e tentar trabalhar a involuntária para aquelas situações em que a pessoa está há muito tempo com o uso da droga, já com o seu sistema psicológico abalado com o uso do crack. Importante que a gente resolva essa situação”.

O Ministério Público é contra e diz que essas pessoas precisam de assistência a longo prazo.

"O problema é que você encaminha as pessoas, como já se fez em 2012, com as comunidades terapêuticas e não tem uma porta de saída qualificada, a pessoa fica lá. Vamos supor que ela fique lá bastante tempo. No geral não fica. Fica entre 10 e 15 dias. Mas vamos supor que fique dois meses. E a pessoa quando sai? Ela sai como? Sai com emprego? Sai com renda? Ela sai com moradia? Como é que ela sai?", diz o promotor Arthur Pinto Filho, da área da saúde pública.

"Se você não tiver uma porta de saída qualificada, com moradia trabalho e renda, a pessoa vai voltar para o único lugar que a acolhe, que é a região central da cidade, como aconteceu em 2012, em 2017 e agora", ressalta.

O prefeito Ricardo Nunes também disse que vai se reunir com o governador Tarcísio de Freitas, representantes do MP e da defensoria para afinar as ações do novo pacote. Participam do encontro também os membros do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Ação policial na Cracolândia em São Paulo em 2022 — Foto: Divulgação 3 de 3 Ação policial na Cracolândia em São Paulo em 2022 — Foto: Divulgação

Ação policial na Cracolândia em São Paulo em 2022 — Foto: Divulgação

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