Permanência em Brasília é dificuldade para contratação de negras pelo governo, diz ministra

Anielle Franco durante sua posse como ministra da Igualdade Racial. — Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO 1 de 1 Anielle Franco durante sua posse como ministra da Igualdade Racial. — Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Anielle Franco durante sua posse como ministra da Igualdade Racial. — Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta terça-feira (24) que a permanência em Brasília é um dos principais desafios na contratação de mulheres pretas e pardas pelo governo.

Anielle deu a declaração durante entrevista, após entregar ao presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, uma lista com 41 currículos de pessoas negras que podem ser contratadas pelo governo.

"Não é só trazer [para Brasília], é cuidar dessas mulheres com muita responsabilidade porque é um ambiente e um lugar que, historicamente, não é para gente”, disse.

As mulheres que são nomeadas, segundo Anielle, assumem uma série de problemas que colocam em risco a permanência no governo federal. Entre os desafios elencados por ela, estão:

A pasta comandada por Anielle Franco tem organizado um banco de currículos de especialistas pretos e pardos para contratação no governo. Até agora, a pasta soma quase 5,5 mil pessoas validadas.

A primeira entrega de uma lista semelhante foi feita ao Ministério do Planejamento no início deste mês.

Pouco antes, a chefe da pasta, Simone Tebet, havia afirmado ter encontrado dificuldade em convencer mulheres pretas a assumir cargos na pasta.

Mesmo com a seleção de nomes entregue por Anielle Franco e pelo projeto Elas no Orçamento, Simone não nomeou nenhuma mulher preta para os principais postos do ministério. Cinco secretários foram anunciados: duas mulheres brancas e três homens.

Simone afirmou que gostaria de construir um ministério diverso, com igualdade entre homens e mulheres, e maior número de mulheres pretas.

Ela disse ter encontrado dificuldade em contratá-las. A justificativa dada por ela também menciona a dificuldade de "trazer [mulheres pretas] de fora de Brasília".

Segundo Anielle, o desafio citado por Simone Tebet é, sim, um dos principais obstáculos para contratações.

“Sim [concordo com Simone Tebet], a gente tem falado isso. Eu acho que vai ser bem repetitivo, mas vai ser importante falar e pautar isso quantas vezes falarem. Temos mulheres negras e pessoas negras capacitadas para todos os cargos. A gente [ministério] está aqui para ser esse interlocutor. Além de indicar, a gente quer que essas pessoas permaneçam”, afirmou.

Anielle Franco declarou ainda que há uma ideia embrionária de criação de um programa para estimular a permanência de mulheres em cargos do governo federal.

O desafio de permanecer, avaliou Anielle, também se estende às ministras nomeadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com ela, o tema será discutido em um grupo de trabalho entre o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério da Justiça.

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