Palácio Tiradentes é revitalizado para abrigar centro cultural dedicado à memória política
Palácio Tiradentes passa por restauração — Foto: Rafael Wallace/Divulgação
Local de séculos de história, o 💥️Palácio Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, que até julho de 2023 era a sede da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), está em reformas para abrigar um centro cultural dedicado à memória política do país. A pedra fundamental virtual da 💥️Casa da Democracia, como o local passará a ser chamado, será lançada na próxima terça (31).
Segundo a Alerj, no evento, a Curadoria do Palácio vai apresentar o conceito e a tecnologia imersiva das exposições do novo centro de memória, "que vão permitir ao público ampliar o conhecimento dos desafios e a trajetória de luta pela preservação da democracia no país".
O projeto virtual foi desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Já o conteúdo teve o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) a partir do seminário que deu origem ao livro “Democracia em foco”.
2 de 4 Restauração de obra de arte no Palácio Tiradentes — Foto: Julia Passos/DivulgaçãoRestauração de obra de arte no Palácio Tiradentes — Foto: Julia Passos/Divulgação
“A transformação do Palácio Tiradentes na Casa da Democracia é uma ação importante para que se preserve o patrimônio do nosso estado e se garanta o acesso da população às principais fontes de conhecimento guardadas na memória nacional”, diz a superintendente de Curadoria do Palácio Tiradentes, 💥️Maria Lúcia Horta Jardim.
Com a mudança das atividades parlamentares para a nova sede, na Rua da Ajuda, o edifício histórico foi revitalizado pela Oficina-Escola de Conservação e Restauro, que capacitou servidores para esse trabalho de manutenção do patrimônio.
O projeto também conta com as parcerias da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Instituto Moreira Salles (IMS) e do Instituto Pretos Novos (IPN).
Móveis de madeira de lei, estátuas e lustres de época já foram recuperados, assim como a cor original das paredes internas e o sinteco dos pisos de madeira dos salões. A oficina utilizou técnicas artesanais, valorizando o modo de fazer dos mestres de ofício.
Os alunos foram orientados por profissionais de restauro com especialização na Itália, através do Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e com mais de 30 anos de atuação em projetos implementados no estado e no país.
3 de 4 Mobiliário do Palácio Tiradentes passa por reforma — Foto: Rafael Wallace/DivulgaçãoMobiliário do Palácio Tiradentes passa por reforma — Foto: Rafael Wallace/Divulgação
Ao longo de 2023, a curadoria também catalogou 705 peças de esculturas, pinturas, mobiliários, lustres e mosaicos dos pisos, entre objetos antigos e contemporâneos que decoram o prédio.
Entre elas, estão as 226 cadeiras do Plenário e as poltronas em imbuia e estofamento em couro de tom noyer-ciré (noz-encerado), do Salão Nobre.
As ações de reparo incluíram a Sala de Apoio às Comissões e o Salão Nobre, ambientes que concentram boa parte do mobiliário original do edifício. Foi feita a prospecção da cor original da pintura das paredes, com a retirada e a análise de várias camadas de tinta. Tacos de madeira faltantes foram recuperados e o verniz devolveu a majestade aos ambientes.
No Salão Nobre, duas estátuas voltaram ao padrão de época. As esculturas, construídas com a técnica de marmo stucco, representam Paz e Trabalho, Lei e Autoridade.
Foram restaurados mais de 400 itens de metal e quase 50 peças da mobília do palácio.
O primeiro prédio do local onde fica o Palácio Tiradentes, na atual Avenida Presidente Antônio Carlos, foi idealizado em 1631. Além de uma casa para trabalhos legislativos, o prédio abrigava uma cadeia e ficou conhecido como Cadeia Velha - nome lembrado em uma operação que teve parlamentares presos em 2017. Em 1792, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ficou preso no local antes de ser executado.
Após a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio, em 1808, o lugar abrigou criados da Casa Real. Em 1822, após a independência, o prédio volta a receber legisladores, abrigando a constituinte do país. É lá que, em 1888, foi aprovada a Lei Áurea.
Após 1914, o Rio passa por um processo de mudanças arquitetônicas na gestão do prefeito Pereira Passos. Em 1922, o prédio da antiga Cadeia Velha foi demolido. Em 1926, foi inaugurado o prédio atual, projeto de Archimedes Memoria e Francisque Couchet, que homenageia Tiradentes, ex-preso do local.
Após o Estado Novo, o palácio voltou a abrigar uma constituinte, mas perdeu a função com a mudança da capital para Brasília. Na década de 70, com a fusão do estado da Guanabara com o Rio, ele passou a ser a Assembleia Legislativa do Estado.
4 de 4 Palácio Tiradentes — Foto: Mariana Erthal/DivulgaçãoPalácio Tiradentes — Foto: Mariana Erthal/Divulgação
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