Fed sobe os juros dos EUA em 0,25 ponto percentual
Sede do Federal Reserv (Fed), Banco Central dos EUA. — Foto: REUTERS/Joshua Roberts
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou as taxas de juros do país nesta quarta-feira (1º) para uma faixa de 4,5% a 4,75% — uma alta de 0,25 ponto percentual. O resultado está dentro das expectativas de mercado.
Na divulgação, o Fed indica que também analisando dados que determinam a resiliência do mercado de trabalho e o ritmo de crescimento dos salários, mesmo com as leituras recentes de que a inflação está diminuindo. Além disso, indica que continuará subindo suas taxas ainda que neste ritmo mais lento.
"O Comitê antecipa que os aumentos contínuos na meta serão apropriados para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", disse o comunicado do FOMC.
"Ao determinar a extensão dos aumentos futuros no intervalo da meta, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os desenvolvimentos econômico-financeiros."
Segundo o Fed, a guerra na Ucrânia ainda é vista como um acréscimo à "elevada incerteza global", mas os agentes abandonaram a linguagem de comunicados anteriores que colocavam a guerra e a pandemia de Covid-19 como efeitos diretos para o aumento dos preços.
Na última reunião, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) havia elevado o referencial de juros em 0,50 ponto percentual, para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. O avanço dos juros nos Estados Unidos começou a desacelerar em um cenário de combate à inflação persistente.
Os preços ao consumidor dos EUA passam por desaceleração e tiveram alta de 6,5% no país em 2022, depois de chegarem a um pico de 9,1% em junho.
Altas de juros nos Estados Unidos tendem a se refletir em alta na cotação do dólar no Brasil, uma vez que há saída da moeda do país, com o objetivo de buscar a melhor remuneração lá fora.
Mas essa elevação já estava, no jargão dos investidores, "precificada" – ou seja, já se contava com uma alta nessa proporção. Assim, a divulgação da decisão do Fed não provocou movimentos mais acentuados na cotação do dólar por aqui nesta quarta.
Os efeitos no Brasil, contudo, também podem ser de longo prazo: a alta de juros nos EUA indica uma desaceleração da economia mundial nos próximos meses, já que os empréstimos e investimentos ficam mais caros.
Essa desaceleração tende a ter efeitos por aqui na forma de uma menor demanda pelos produtos e serviços brasileiros — que pode, no entanto, ajudar a reduzir a inflação doméstica.
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