Objetivo de Marcos do Val é criar CPI e gerar tumulto para o governo Lula, avaliam assessores

A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o objetivo do senador Marcos do Val (Podemos-ES) ao denunciar uma suposta reunião com Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) para articular uma ação golpista é dar argumentos para a criação de uma CPI.

Uma comissão do tipo no Congresso, ainda que voltada para alvos da oposição, teria o potencial de gerar tumultos para o governo Lula neste início de mandato.

Por esse e outros motivos, o Palácio do Planalto segue contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Na avaliação do Planalto, é preciso ter cautela com o caso – considerado grave pela equipe de Lula e mais uma prova de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava tramando um golpe.

Segundo assessores, a proposta de gravar o ministro Alexandre de Moraes e forçá-lo a dar alguma declaração comprometedora, para desacreditá-lo, se encaixa no roteiro do golpe que culminaria com um decreto de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – aquele, do rascunho encontrado com o ex-ministro Anderson Torres.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destaca que o próprio STF e a Polícia Federal já estão investigando o caso e devem avançar nas apurações antes de uma CPI ser instalada.

Para ele, os órgãos de fiscalização e investigação já vão fazer o seu trabalho. Uma CPI tumultuaria o início dos trabalhos do Legislativo e só interessaria, agora, ao ex-presidente Bolsonaro.

Aliados de Lula no Senado, porém, querem a CPI. E acreditam que a comissão pode montar todo o roteiro da tentativa de golpe da parte de Bolsonaro.

Esse grupo quer investigar o senador Marcos do Val por associação a Bolsonaro na tentativa de dar um golpe.

Alguns aliados defendem, inclusive, levá-lo ao Conselho de Ética do Senado.

Os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) dizem que o colega Marcos do Val estava montando uma armadilha para o ministro Alexandre de Moraes – que acabou não dando o resultado que ele e o Palácio do Planalto queriam.

E que, com o plano frustrado, do Val teria vazado a informação para limpar a própria barra, antes que a Polícia Federal chegasse ao caso por meio das mensagens de Daniel Silveira (que foi preso pela PF nesta quinta).

Randolfe diz que o caso de Marcos do Val é "para psicólogo e polícia".

Otto Alencar lembrou que o colega já gravou uma conversa entre os dois, e tentou usá-la para distorcer declarações do senador baiano durante a CPI da Covid.

Os senadores querem tirar do colega, também, o real motivo de toda a denúncia.

Nas declarações dadas na manhã de quinta, Marcos do Val incriminava Bolsonaro como parte da elaboração do plano golpista. No fim do dia, mudou de versão e passou a tentar aliviar a barra do presidente da República.

No depoimento à PF, dado já no início da noite, do Val afirmou que Bolsonaro se manteve em silêncio na reunião, e que parecia não saber do plano – mas também não mostrou contrariedade às ideias detalhadas pelo então deputado Daniel Silveira.

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