Caso Leandro Lo: Justiça de SP adia para março depoimentos de testemunhas do assassinato do campeão mundial de jiu-jítsu
O lutador Leandro Lo e o PM acusado de atirar no atleta, Henrique Otávio Oliveira Velozo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A primeira audiência de instrução para ouvir testemunhas referente ao assassinato do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo pelo policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, em agosto do ano passado, na capital paulista, foi adiada para 24 de março deste ano.
Conforme o advogado da família de Leandro informou ao 💥️g1, a defesa do PM alegou que não poderia comparecer na data que havia sido marcada pela Justiça de SP, dia 3 de fevereiro, por ter compromisso jurídico em Curitiba (PR).
Em março, a audiência será realizada no Fórum Criminal da Barra Funda às 13h30. Serão ouvidas testemunhas de defesa e acusação. Já o policial só será interrogado após todas as testemunhas prestarem depoimento.
O crime foi registrado no dia 7 de agosto de 2022. Leandro morreu após ser baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio. O PM se entregou à Corregedoria e está detido no presídio militar Romão Gomes.
O caso voltou a repercutir nas redes sociais no fim de semana depois que Key Alves, participante do Big Brother Brasil (BBB) 23, afirmou para o participante conhecido como Cara de Sapato, que é lutador de jiu-jítsu e amigo de Leandro, que havia testemunhado o crime.
Após a afirmação, amigos de Leandro passaram a pedir pelo depoimento de Key na Justiça. "Esperamos seu depoimento para que este assassino apodreça na cadeia", escreveu um amigo nas redes sociais.
Em nota, a SSP afirmou que o crime foi investigado e relatado à Justiça em setembro de 2022, e que a possível reabertura do inquérito policial em caso de novo depoimento, como o de Key Alves, só pode ser feita mediante determinação judicial.
2 de 4 PM Henrique Velozo se tornou réu por homicídio triplamente qualificado — Foto: Reprodução/Redes Sociais
PM Henrique Velozo se tornou réu por homicídio triplamente qualificado — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra o policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo e o tornou réu pela morte do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo no ano passado.
Segundo💥️ g1 apurou, o Ministério Público ofereceu no dia 30 de agosto a denúncia contra Henrique por homicídio triplamente qualificado.
As qualificadoras do homicídio colocadas pelo órgão foram: 💥️por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.
A denúncia foi aceita pela Justiça, que também decretou no dia 2 de setembro a conversão da prisão temporária de 30 dias do policial para a prisão preventiva.
Em nota, na época, o advogado de defesa do policial, Cláudio Dalledone, afirmou que: "a denúncia é uma hipótese acusatória que destoa completamente do que foi produzido no inquérito policial e o que será desvelado na investigação judicial".
"As qualificadoras são descabidas e tudo isso ficará firmemente provado no momento em que o processo for devidamente instaurado. A conclusão do inquérito policial se deu de forma açodada, uma vez que sequer aguardou-se a produção do laudo da reprodução simulada dos fatos que, entre outras coisas, apresentou inúmeras contradições com os depoimentos das testemunhas".
No dia 31 de agosto, a polícia fez a reconstituição da morte de Leandro Lo. Entre as 16 testemunhas que participaram da simulação do crime estavam os amigos do lutador. Como o policial não foi interrogado pela polícia, ele não esteve presente.
O 💥️SP2 teve acesso às imagens das câmeras de segurança que flagraram Velozo na recepção de uma boate em Moema, também na Zona Sul, instantes depois de ter assassinado Lo, a pouco mais de dois quilômetros dali.
Na boate, o PM parece ter consumido uma garrafa de uísque, duas águas de coco, duas latas de energético e duas doses de gin, de acordo com a comanda, totalizando quase R$ 1,6 mil.
Uma hora e 59 minutos depois, a mesma câmera registrou a saída de Veloso, mas desta vez acompanhado por uma mulher que, segundo o delegado, é uma garota de programa.
Depois, eles foram para um motel, em Pinheiros, na Zona Oeste da cidade. Eles chegaram por volta das 5h40 de segunda-feira (8) e só saíram às 16h26.
Dois amigos próximos do lutador não quiseram gravar entrevista, mas confirmaram ao 💥️SP2 que Leandro Lo e o policial militar Henrique Veloso já tinham se desentendido outras vezes antes do dia do crime.
3 de 4 Policial que matou lutador Leandro Lo foi a boate e ao motel após o crime — Foto: Reprodução/TV GloboPolicial que matou lutador Leandro Lo foi a boate e ao motel após o crime — Foto: Reprodução/TV Globo
A defesa do policial militar afirmou ao 💥️g1 em 15 de agosto que o oficial agiu por "defesa" depois que foi cercado por seis lutadores. Os advogados de Velozo alegam também que ele foi cercado por outros seis lutadores e, por isso, reagiu.
Já a defesa de Leandro ressalta que o lutador teve uma discussão com o policial e, para acalmar a situação, imobilizou o homem. Após se afastar, o agressor sacou uma arma, atirou uma vez na cabeça do lutador e deu dois chutes em Leandro antes de fugir.
Claudio Dalledone, advogado do policial, informou também que foram solicitados exames complementares através do sangue colhido do corpo do lutador Leandro Lo .
"Requer ainda, seja realizado exame complementar de alcoolemia da vítima e no que se refere ao exame toxicólogo já determinado por Vossa Senhoria, requer seja especificada a pesquisa laboratorial para anfetaminas, codeínas, metanfetaminas, ecstasy, EPO (doping sanguíneo), heroína, morfina, cocaína, crack, hGH (hormônios de crescimento), S1 (anabolizantes) e S6 (estimulantes)", diz um trecho da petição.
"Vamos indicar assistentes técnicos que acompanharão as análises periciais e apresentarão quesitos técnicos a serem respondidos pelo Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. Tudo deve ser apurado e cada um responderá por suas responsabilidades", disse Dalledone.
Dalledone afirmou ainda que uma rede social no aparelho celular entregue pelo PM à investigação estaria sendo acessada e modificada. O advogado pediu para que o aparelho seja restituído à família e que sejam apuradas possíveis práticas abusivas.
Em nota, a Polícia Militar informou que nenhum interno do Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), bem como os visitantes e advogados, possui permissão de uso de aparelhos telefônicos e que o celular do policial foi apreendido no momento do registro e encaminhado ao Instituto de Criminalística (IC).
"O aparelho está protegido por senha de acesso, a qual não foi fornecida pelo investigado, portanto, o mesmo não foi acessado nem utilizado."
4 de 4 Leandro Lo disputa campeonato mundial de jiu-jítsu. — Foto: Reprodução/Instagram
Leandro Lo disputa campeonato mundial de jiu-jítsu. — Foto: Reprodução/Instagram
Leandro Lo foi campeão mundial de jiu-jítsu por oito vezes. A última conquista, na categoria meio-pesado, foi em 2022; a primeira, em 2012, na categoria peso-leve.
Nas redes sociais, ele narra os dois títulos como “as duas conquistas mais importante da carreira”.
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