Brasileiros sobrevivem a terremoto na Síria: 'tremor só aumentava'; veja vídeo
Os brasileiros Lucas Saad e Gabriela Waked estavam em Alepo, na Síria, durante o terremoto que atingiu o país na madrugada de segunda-feira (6). Os dois são produtores de conteúdo e estão fazendo uma viagem longa — Gabriela está viajando há dez meses, e Lucas está dando uma volta ao mundo. Eles estavam dormindo no quarto de hotel em Alepo quando foram acordados pelo tremor.
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Lucas conta que a primeira coisa que chamou a atenção dele foi um quadro na parede do quarto: “O quadro estava mexendo muito, balançando na parede, e eu me levantei rápido, com medo de o quadro bater em mim, e daí comecei a perceber o quanto estava balançando”.
Ele afirma que já tinha vivido outros terremotos, mas que esse foi mais duradouro. Lucas se levantou e caminhou até a porta do quarto — ele conta que precisou se apoiar na parede para chegar à porta. Quando abriu a porta, ele viu outros hóspedes do hotel deixando suas habitações.
Gabriela diz que "o pior foi acordar às 4h e estava tudo tremendo, e não parava, só aumentava, aumentava".
Os dois brasileiros, então, resolveram descer até o lobby do hotel. Chegando lá, encontraram o guia sírio que haviam contratado para a viagem.
Gabriela diz que o guia deles estava em dúvida sobre a natureza do estrondo e do tremor: ele ainda não estava convencido de que era um terremoto, pois podia ser um ataque de rebeldes ou do governo. Lucas afirma que eles começaram a pensar que poderia ser um ataque.
Os hóspedes do hotel estavam reunidos no lobby do hotel quando houve um novo tremor. Eles resolveram sair do interior do prédio e ir para uma praça.
Na praça, eles usaram os smartphones para pesquisar o que estava acontecendo e se certificaram que era realmente um terremoto.
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1 de 2 Corpos cobertos em Alepo, na Síria, após o terremoto que atingiu o país em 6 de fevereiro de 2023 — Foto: Firas Makdesi/Reuters
Corpos cobertos em Alepo, na Síria, após o terremoto que atingiu o país em 6 de fevereiro de 2023 — Foto: Firas Makdesi/Reuters
Depois de um tempo na praça, os dois brasileiros voltaram para o hotel e resolveram dormir. Quando acordaram, saíram para procurar comida, e foi nesse momento que se deram conta da dimensão do que havia acontecido.
“Estava tudo fechado, a gente começou a ver destruição, as pessoas [estavam] abaladas, a gente conversava com locais, e eles falavam ‘tal pessoa morreu’”, diz Gabriela.
Os dois brasileiros voltaram ao hotel. Chegando lá, houve um novo tremor, e então eles decidiram deixar a cidade. “Mais ou menos às 13h20 falamos ‘vamos sair dessa cidade’. Foi aí que a gente resolveu pegar as nossas coisas, rápido, juntamos tudo, colocamos no carro, e saímos de Alepo”.
Como o epicentro do terremoto era no norte da Síria, eles resolveram dirigir para o sul do país. “Começamos a fugir, e vimos que nessa parte do sul, onde chegamos, quase não havia estragos”, ele afirma.
Lucas e Gabriela agora pretendem seguir viagem até Damasco, na Síria.
2 de 2 Escombros de edifício em Alepo, na Síria, após terremoto que atingiu o país em 6 de fevereiro de 2023 — Foto: Firas Makdesi/ReutersEscombros de edifício em Alepo, na Síria, após terremoto que atingiu o país em 6 de fevereiro de 2023 — Foto: Firas Makdesi/Reuters
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