Joe Biden foca em assuntos domésticos em seu 2º discurso de Estado da União

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, realizou na terça-feira (7) seu segundo discurso ao Estado da União, em um momento em que há muito em jogo politicamente. O líder norte-americano focou em assuntos internos, dedicando apenas os minutos finais de sua fala às relações dos EUA com outros países.

Logo no início do discurso, o democrata pediu aos membros do Partido Republicano que trabalhem com ele para “terminar o trabalho” de reconstruir a economia e unir a nação.

As tensões aumentaram quando Biden sugeriu que alguns republicanos apoiaram uma proposta de colocar a existência do Medicare (seguro de saúde do governo norte-americano) e da Seguridade Social em votação a cada cinco anos.

Em resposta, integrantes do Partido Republicano gritaram e vaiaram. Alguns até se levantaram para protestar.

"Mentiroso!" gritou a deputada republicana Marjorie Taylor Greene. "Nós nunca dissemos isso!" disse Byron Donalds, outro republicano da Câmara.

A proposta vem do senador da Flórida, Rick Scott, mas não foi endossada pela maioria do Partido Republicano. Em resposta, Biden disse: “Quem duvidar, entre em contato com meu escritório”.

O líder norte-americano renovou seu apelo por uma reforma da polícia, dizendo que os policiais que "violam a confiança pública" devem ser responsabilizados e os agentes da lei devem receber o treinamento necessário.

"Eu sei que a maioria dos policiais e suas famílias são pessoas boas, decentes e honradas. E eles arriscam suas vidas toda vez que colocam esse escudo", disse Biden.

"Mas o que aconteceu com Tire em Memphis acontece com muita frequência. Temos que fazer melhor", acrescentou o presidente, referindo-se ao homem negro de 29 anos que foi morto por policiais em janeiro.

Biden elogiou a resiliência e a força da economia dos EUA, com o desemprego caindo para o nível mais baixo em quase 54 anos em janeiro de 2023.

Grande problema de sua administração, Biden mencionou a inflação, entafizando que a taxa tem caído nos últimos seis meses.

"A inflação tem sido um problema global por causa da pandemia que interrompeu as cadeias de abastecimento e da guerra de Putin que interrompeu o fornecimento de energia e alimentos. Mas estamos melhor posicionados do que qualquer país da Terra. Temos mais o que fazer, mas aqui em casa a inflação está caindo", disse.

Biden criticou as corporações por lucrar com a pandemia e percorreu uma lista de desejos de propostas econômicas. Eles incluem um imposto mínimo para bilionários e uma quadruplicação do imposto sobre recompra de ações corporativas.

Foram anunciados novos padrões federais que exigem que todos os materiais de construção usados ​​em projetos federais de infraestrutura sejam feitos nos Estados Unidos. No discurso, Biden disse que comprar produtos americanos é lei desde 1933, mas os governos anteriores encontraram maneiras de contorná-la.

A ação pode ter grande impacto. Como parte da lei de infraestrutura bipartidária de US$ 1,2 trilhão aprovada no ano passado, o Congresso alocou US$ 550 bilhões para estradas, pontes, infraestrutura de água, internet de banda larga e outros projetos.

Gritos de apoio foram ouvidos quando Biden citou os esforços liderados pelo Partido Democrata para limitar o custo da insulina a US$ 35 por mês para idosos que usam o Medicare. O presidente instou o Congresso a estender esse limite de preço a milhões de pessoas com seguro privado.

Cerca de 8,4 milhões de americanos usam insulina, de acordo com a Associação Americana de Diabetes. Cerca de 1 milhão dessas pessoas, que têm diabetes tipo 1, podem morrer sem acesso à insulina.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, na Câmara do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 7 de fevereiro de 2023. — Foto: SAUL LOEB / AFP 1 de 1 A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, na Câmara do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 7 de fevereiro de 2023. — Foto: SAUL LOEB / AFP

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, na Câmara do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 7 de fevereiro de 2023. — Foto: SAUL LOEB / AFP

Se em 2022 grande parte do discurso ao Estado da União foi destinado à guerra na Ucrânia, neste ano as menções foram muito mais tímidas. Biden parabenizou o Congresso por apoiar os ucranianos em sua empreitada contra a invasão da Rússia — os Estados Unidos já destinaram quase US$ 30 bilhões à Kiev desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado.

"Esta noite, estamos mais uma vez acompanhados pela Embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos. Ela representa não apenas sua nação, mas a coragem de seu povo", disse Biden, dirigindo-se a Oksana Markarova.

Fazendo uma referência a um balão espião da China que pairou sobre os EUA na semana passada, Biden garantiu que protegerá o país.

Um caça dos EUA derrubou o balão sobre o Oceano Atlântico no sábado (4). Pequim negou que o balão fosse um dispositivo de espionagem.

Biden também elogiou a legislação aprovada no ano passado com forte apoio de seus colegas democratas e republicanos que impulsionou a indústria de semicondutores dos EUA e prometeu mais investimentos.

"Não pedirei desculpas por estarmos investindo para tornar a América forte. Investir na inovação americana, em indústrias que definirão o futuro, que a China pretende dominar", disse Biden.

Outros assuntos abordados por Biden no discurso foram:

É o discurso do presidente que ocorre todos os anos em uma sessão conjunta do Congresso americano. Nele, o chefe de Estado e de governo presta esclarecimentos aos parlamentares, militares e integrantes da Suprema Corte sobre a atual situação dos EUA e os planos e prioridades do ano.

O primeiro discurso sobre o Estado da União foi pronunciado por George Washington em 8 de janeiro de 1790.

Tradicionalmente, o presidente norte-americano pede esforços a deputados e senadores para aprovar projetos que o chefe de governo acredita ser importante.

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