Gabriel Monteiro sentará no banco dos réus pela primeira vez em processos de estupro em boate e assédio contra ex-assessores
Veja foto de Gabriel Monteiro ao dar entrada no sistema penitenciário — Foto: Reprodução
💥️Pela primeira vez, nesta quarta-feira (8), o ex-vereador Gabriel Monteiro sentará no banco dos réus nos crimes no qual é💥️ acusado. Estão marcadas duas 💥️audiências de instrução — às 15h20 e 15h40 — na 34ª Vara Criminal da Capital.
Monteiro vai acompanhar as sessões presencialmente, com escolta da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Ele chegou ao Tribunal de Justiça do Rio antes das 15h.
O ex-PM e youtuber responde por estupro, contra uma jovem em uma boate da Barra da Tijuca, em julho de 2022; e calúnia, difamação e injúria contra ex-assessores.
Quem está à frente dos dois casos é o juíz Rudi Baldi Loewenkron.
Como o processo de estupro é sigiloso, somente as partes e seus advogados acompanham a audiência.
Na última semana, os desembargadores da💥️ 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio negaram, por unanimidade, um novo pedido de Habeas Corpus apresentado pela defesa do ex-vereador Gabriel Monteiro. Os advogados de Monteiro pediam a substituição da prisão por aplicação de medidas cautelares.
O ex-parlamentar, que teve seu mandato cassado em agosto de 2022, está preso preventivamente desde o início de novembro do ano passado acusado de estupro. Atualmente, ele está em Bangu 8.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado (MPRJ) consta que o youtuber conheceu a vítima na reinauguração de uma boate na Barra.
De lá ambos saíram para casa de um amigo de Monteiro, no bairro do Joá, também na Zona Oeste. Na residência, Gabriel teria constrangido a vítima a fazer sexo com ele, mediante violência e ameaçando-a com uma arma de fogo.
Já no outro processo, Monteiro foi acusado de assédio moral e sexual por cinco pessoas. Entre elas há servidores, ex-funcionários e uma mulher que teve relações sexuais com o ex-PM.
Além destas acusações, o ex-parlamentar também teria forjado cenas de seus vídeos no YouTube, como tiroteios ou ajuda a uma criança carente, expôs seus funcionários a outros tipos de assédio, além de cometer irregularidades no funcionamento de seu gabinete na Câmara Municipal.
O g1 não conseguiu contato com a advogada da mulher vítima de Monteiro.
André Carlos Viana, advogado de um ex-assessor de Monteiro, informou que "essa audiência é um benefício que o réu possui para realizar um acordo com a vítima e, não acontecendo, muito provavelmente haverá o recebimento da queixa crime pelo juízo, e ele será processado criminalmente".
"O Gabriel Monteiro, enquanto exercia a nobre função de vereador do Rio, acreditava que estava impune as Leis, abusou só direito de expressão e atacou frontalmente a imagem, a honra e a vida da vítima. Postar imagem e afirmar, sem qualquer tipo de fundamento, que a vítima participava de um grupo criminoso com a intenção é, minimamente, leviano. Hoje ele tem a possibilidade de iniciar a reparar todos os males que causou ou, ao contrário, será processados pelos atos cometidos", disse Vianna
Monteiro sempre negou todas as acusações. O advogado do ex-PM, Sandro Figueiredo, não respondeu as mensagens enviadas pela reportagem.
O ex-vereador Gabriel Monteiro foi transferido nesta quarta-feira (9) para Bangu 8, mesmo presídio do Complexo de Gericinó onde está preso o ex-deputado federal Roberto Jefferson.
A TV Globo apurou que o ex-vereador está em uma cela individual.
O caso pelo qual o parlamentar responde teria ocorrido no dia 15 de julho, já depois da divulgação de outras denúncias contra ele, inclusive por estupro. Portanto, o pedido de prisão preventiva faz parte de um novo processo, diferente, por exemplo, dos casos que foram analisados pelo Conselho de Ética da Câmara do Rio, que pediu a cassação do mandato do então vereador Gabriel Monteiro.
Uma estudante de 23 anos afirma que conheceu Gabriel na boate Vitrinni, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e de lá foi levada para a casa de um amigo de Monteiro, no Joá, na Zona Sul.
Segundo a vítima, no local, Gabriel teria a constrangido a fazer sexo com ele, com violência, passando uma arma no seu rosto, empurrando-a na cama, segurando seus os braços e dando tapas na cara da vítima.
A mulher contou na delegacia que Gabriel a empurrou para a cama, arrancou sua roupa e começou a se relacionar sexualmente com ela de "forma também violenta". Ela disse aos investigadores que Monteiro passou a interrogá-la e a cada resposta ou negativa ela ganhava um tapa no rosto. A mulher afirmou ainda que tentava se defender das agressões, mas o ex-PM lhe disse: "se você continuar assim, vai ser pior. Eu vou lhe espancar". Após isso, ela teria dito que parou de se defender e que começou a chorar.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio, um exame médico realizado após os fatos comprovou que a vítima foi infectada pelo vírus do HPV.
2 de 2 Gabriel Monteiro — Foto: Fernado Frazão/Agência BrasilGabriel Monteiro — Foto: Fernado Frazão/Agência Brasil
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Por meio de sua rede social, Gabriel Monteiro negou o crime e disse que vai provar sua inocência.
"Fiquei sabendo pela minha advogada que foi decretada a minha prisão preventiva por um crime que eu não fui escutado na delegacia. Respeito as autoridades e por isso estou vindo aqui. Não fui conduzido pela polícia. Assim que fiquei sabendo vim imediatamente me entregar para a Justiça porque acredito nela e sei que minha inocência vai ficar comprovada. Não só tecnicamente, mas também para todo o Brasil, de forma que fique incontestável qualquer acusação contra mim", disse Monteiro antes de se entregar.
Gabriel teve seu mandato cassado no dia 18 de agosto, após uma votação no plenário da Câmara, por quebra de decoro parlamentar.
Várias acusações foram feitas contra: assédio sexual, moral e tentativa de estupro. Gabriel Monteiro também foi acusado de intimidações, agressões e de cometer crimes contra menores de idade.
Nas denúncias analisadas pela Câmara, constam quatro acusações de mulheres que dizem ter sido estupradas.
Ao menos três delas afirmaram que as relações começaram de forma consentida e passaram para uma situação de violência.
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