Ronnie Lessa, preso pela morte de Marielle Franco, é expulso da PM
Acusado de matar Marielle e Anderson confessa ser dono de 117 fuzis — Foto: Reprodução/JN
Ronnie Lessa, preso pela acusação de matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, foi expulso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). A informação foi publicada no boletim interno da corporação de quarta-feira (8).
A publicação destaca que ele descumpriu preceitos éticos e estatutários que devem ser cumpridos pelos oficiais da corporação. Ele respondia a um processo disciplinar desde 2023, quando foi condenado por destruição de provas que estariam relacionadas à morte de Marielle e Anderson.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Ronnie e outros acusados jogaram armas no mar da Barra da TIjuca, quase um ano após a morte da vereadora e do motorista.
A Justiça afirma que é possível que, entre as armas despejadas, estivesse a submetralhadora usada nas mortes. Segundo a investigação, as armas foram retiradas de um apartamento de Ronnie Lessa na Taquara, na Zona Oeste do Rio, dias antes da sua prisão, em 2023. As armas nunca foram encontradas.
O documento com a decisão da expulsão de Ronnie destaca que Lessa se encontra "desvencilhado da ética e da moral que regem a Bicentenária Instituição, tornando-se incapaz de permanecer nas fileiras inativas da Corporação".
A determinação caracteriza a conduta de Ronnie como "execrável" e destaca que, ao longo do processo disciplinar, ele teve a oportunidade de se defender:
"Nota-se que com a sua execrável conduta, descumpriu preceitos éticos e estatutários em vigor, mormente o preconizado no parágrafo único do art. 14 da Portaria/PMERJ n.º 254 – IR -22, de 07 de abril de 2005, que trata acerca das Instruções reguladoras para aquisição, registro, transferência, porte, transporte, extravio, furto, roubo, acautelamento e devolução de armas de fogo e munições de policiais militares", afirma um trecho da decisão.
O agora ex-PM também foi condenado, em setembro do ano passado, a mais de 13 anos de prisão por comércio ilegal de armas. A pena se refere a 117 peças de fuzis incompletas localizadas na casa de um amigo do militar, que foi absolvido.
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