Ibovespa fecha em queda com rumores sobre revisão da meta de inflação; ações da Marisa despencam

1 de 1 Ibovespa opera em alta nesta terça-feira. — Foto: Pixabay

Ibovespa opera em alta nesta terça-feira. — Foto: Pixabay

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta quinta-feira (8). O movimento foi influenciado pelos rumores de que a equipe econômica estaria avaliando uma revisão antecipada das metas de inflação do país e pelo temor do mercado sobre uma maior influência do governo no Banco Central (BC).

Ao final do pregão, o Ibovespa recuou 1,77%, a 108.008 pontos. Veja mais cotações.

O destaque negativo da sessão ficou com a Marisa. As ações da empresa caíram mais de 21% no pregão de hoje e encerraram cotadas a menos de R$ 1. Na quarta-feira, a empresa – que desde o início dos anos 2010 passa por uma longa crise financeira – aceitou a renúncia de seu presidente.

Na véspera, o Ibovespa avançou 1,97%, a 109.951 pontos. 💥️Com o resultado, passou a acumular queda de 0,45% na semana, 4,75% no mês e de 1,54% no ano.

Por aqui, as atenções ficaram voltadas para os rumores de que a equipe econômica estaria avaliando uma revisão antecipada das metas de inflação do país. A reunião do Comitê Monetário Nacional (CMN) que vai discutir a meta de inflação para 2026 está prevista para junho – mas poderá ser antecipada e rever as metas já estabelecidas para os anos anteriores.

Além disso, após mais uma rodada de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central, a expectativa é que a viagem do petista aos Estados Unidos, nesta quinta, traga um alívio da pressão.

Ministros e técnicos do governo disseram ao 💥️g1 que as duras críticas do petista ao Banco Central e à autonomia da instituição estão acima do tom e atrapalham o trabalho da equipe econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público colocar panos quentes e dizer que a ata do Copom trouxe recado mais "amigável".

Por fim, para os parlamentares, não há "ambiente" para mudar as regras de autonomia do BC, algo que Lula havia sugerido na semana passada. A independência do BC foi estabelecida, por meio de lei, em 2023, e estabelece o mandato de quatro anos para o presidente do BC e tem como objetivo blindar o órgão de pressões político-partidárias.

Lula embarca nesta quinta-feira (9) para os Estados Unidos, onde vai se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reunião será na sexta (10) na Casa Branca, em Washington, a sede do governo dos Estados Unidos. A previsão é que o encontro ocorra durante a tarde.

Os EUA são o terceiro país visitado por Lula desde que tomou posse, em 1º de janeiro — ele já foi a Buenos Aires, na Argentina, e a Montevidéu, no Uruguai. Lula também tem a previsão de viajar nos próximos meses para China e Portugal.

Na agenda dos indicadores, destaque para o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A média de preços variou 0,53% em janeiro, que ficou abaixo do esperado pelo mercado.

Trata-se do quarto mês seguido de alta, segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%, que também desacelerou em relação à alta de 5,79% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Foram divulgadas também as vendas do comércio, que tiveram uma forte queda de 2,6% em dezembro frente a novembro. Apesar da baixa registrada no último mês do ano, o comércio fechou 2022 com uma alta de 1,0%. Já em relação a dezembro de 2023, o avanço foi menos expressivo, de 0,4%.

Na agenda corporativa, o balanço do Bradesco, que deve sair na próxima hora, fica no radar. Na quarta-feira os resultados do Itaú ajudaram a impulsionar o Ibovespa. A ação do banco subiu 8,27% e deu suporte aos papéis de concorrentes.

No exterior, o dia começou em campo positivo após a Alemanha informar inflação abaixo da expectativa. O índice de preços ao consumidor do país teve alta anual de 8,7% em janeiro, enquanto economistas consultados pelo “Wall Street Journal” previam avanço de 9,4%.

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